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A FORMAÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA

Luiz Freitag
29/10/2014



Só o Brasil fornece o nióbio ao mundo, onde estão 98% deste metal. O nióbio é usado em aços inoxidáveis, ligas de metais não ferrosos, bem como em naves espaciais, aviões, mísseis e centrais elétricas. A demarcação recente mostra a evolução de uma política de enfraquecimento geopolítico e perda de soberania nacional...

O palestrante da 15ª reunião ordinária no RCSP em 15/10/2014, foi o Comp. Luiz Freitag, que falou sobre o Estado de Roraima.

A formação do Estado de Roraima, território disputado por portugueses, espanhóis, holandeses, ingleses, desde o século 16; teve sua ocupação pelos europeus iniciada no século 18 e com o extermínio de grande parte da população indígena, que já ocupava a região. Foi elevado à freguesia com o nome de Freguesia de Nossa Senhora do Carmo em 1888, integrando a província do Amazonas, desmembrada da província do Grão-Pará em 1850 por Pedro II.

Logo após a proclamação da República em 10/07/1890, a então Freguesia de Nossa Senhora do Carmo foi elevada à categoria de município; em 1940 teve o nome mudado para Boa Vista do Rio Branco. Na época sua população se resumia em mil pessoas, excluindo os índios nas aldeias.

O início do século 20 foi o período de definição das fronteiras com a Guiana, questão que se arrastava por décadas. O vale do rio Branco caracterizou-se por ser uma zona de fronteira disputada por diferentes potências europeias. As fronteiras internacionais com a Guiana só foram definitivamente estabelecidas mais de 50 anos depois, com o fim do litígio com a Inglaterra, quando esta ganhou a soberania sobre as terras da região do Pirara, incorporadas à Guiana Inglesa.

Com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial, o discurso da defesa do território em pleno Estado novo de Getúlio Vargas levou o governo a desmembrar dos estados, áreas de fronteiras e colocá-las sob administração direta do governo federal em 1940, quando foram acrescentados cinco novos territórios federais àquele já existente do Acre: Amapá (desmembrado do Estado do Pará); Guaporé (formado com terras do Estado do Mato Grosso e um espaço do território do Acre); Ponta-Porã (formado no extremo sul do Estado do Mato Grosso, Iguassu (obteve suas terras dos Estados Paraná e Santa Catarina) e Rio Branco (desligado do Amazonas), este último correspondendo à área do Município de Boa Vista do Rio Branco.

Em 1962, o território do Rio Branco passou a se chamar Roraima e com a constituição de 1988 foi transformado em Estado da União. A bandeira de Roraima, de autoria de Mário Barreto determina que a grande estrela amarela representa o novo Estado; o azul o ar puro e o céu de Roraima; o branco a paz; o verde, a densidade de suas florestas e campos; o amarelo-ouro, as riquezas minerais; o vermelho, a linha equatorial que corta o Estado, colocando-o, em sua maior parte, no hemisfério norte.

Sua aérea é de 230.104 Km² e sua população é formada por índios, caboclos e migrantes, principalmente do nordeste, conta com 496.936 habitantes. É a região com maior contingente de índios – 30.000, ocupando mais da metade da área, dos quais em torno de 10 mil são Ianomâmi e os demais vivem em áreas isoladas. Boa Vista, a capital, apresenta um traçado geométrico em suas ruas. A temperatura quase nunca está abaixo dos 30º. Ao meio-dia não se vê ninguém nas ruas, o comércio fecha para o almoço e o calor chega a 40º.

Não falta água ou energia, lá não se conhece congestionamento no trânsito e a violência é reduzida, quando comparada a outras capitais. Hotéis luxuosos e outros modestos oferecem estadias confortáveis e nos restaurantes da cidade é possível saborear a culinária regional, com nítida influência indígena. Passeio obrigatório é dar uma volta pelas margens do rio Caumé. Outra atração é o Lago de Caracaranã próximo à fronteira com a Guiana, com ótima estrutura turística, inclusive chalés de estilo alpino. Pode-se dormir em redes e tomar banho em suas águas cristalinas.

Além do grande potencial hidroelétrico, os minérios são abundantes: nióbio, ouro, diamante, urânio, bauxita, cassiterita, cromatina, tantalita, zinco e cobre. Um dos pilares da economia é a sua riqueza agropecuária. Só o Brasil fornece o nióbio ao mundo, onde estão 98% deste metal. O nióbio é usado em aços inoxidáveis, ligas de metais não ferrosos, bem como em naves espaciais, aviões, mísseis e centrais elétricas. A demarcação recente mostra a evolução de uma política de enfraquecimento geopolítico e perda de soberania nacional, na tentativa de transformar grandes áreas da nossa Amazônia em patrimônio da humanidade, o que representa uma invasão e levaria o Brasil a uma soberania restrita sobre a Amazônia, com a presença de ONGS e de instituições subvencionadas por capitais estrangeiros.

Ao norte do estado encontram-se dois montes de grande importância; o Monte Caburaí, com 1456 metros, ponto mais setentrional do Brasil e o Monte Roraima, que deu nome ao Estado, quinta mais alta montanha do Brasil, com 2875 metros. As rochas de rara beleza evocam um ambiente pré-histórico. De longe o Monte Roraima domina o horizonte e parece ter encostas azuis. Toda a região é cortada por numerosos rios piscosos, onde o tucunaré, o pirarucu, o surubim, o pintado, a piraíba são encontrados em abundância. Os encantos de Roraima estão sendo cada vez mais apreciados pelos visitantes. Aos poucos se vai consolidando uma consciência ecológica atenta à preservação das belezas naturais, em todo o seu esplendor e energia.




Associado ao Rotary Club S. Paulo, autor do livro “Como transformar a terceira idade na melhor idade” - lvfreita@uol.com.br
Comentários:


lielma de souza mendes (095999027703) comentou em 24/09/2019 - 15:09:36

agradeço pelo texto maravilhoso que me ajudou a passar de ano


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