O filme "Anjos e Demônios" trata de questões que nos preocupam há séculos: a existência de um Criador, e a possibilidade de se ter fé em um Universo regido por leis próprias, indiferente se nos esforçamos por entendê-las ou não.
O professor de simbologia Robert Langdon (Tom Hanks) e Victoria Vetra (Ayelet Zurer), filha de um cientista assassinado, envolvem-se numa trama que os conduzem aos meandros do Vaticano, onde uma conspiração está provocando o assassinato de cardeais às vésperas da eleição do novo Papa. Em ritmo de aventura, o filme expõe o conflito entre razão e fé, mostrando a existência da “guerra” entre ciência e religião, tendo de um lado, cientistas e de outro a elite dirigente da Igreja Católica. O cenário é Roma, e o palco, o Vaticano.
A ciência sendo vista pelos religiosos como uma ameaça à religião, na suposição de que quanto mais aprendemos sobre a natureza mais difícil é aceitar a existência de forças sobrenaturais. Os cientistas por sua vez, relutam em aceitar a idéia de um Criador Único, gerador das leis invisíveis que regem a criação em absoluta lógica, preferindo acreditar apenas naquilo que conseguem aprender com seu restrito cérebro constituído de matéria perecível.
Segundo o professor Langdon os defensores da ciência eram caçados impiedosamente, pois queriam combater a tirania da verdade defendida pela Igreja.
Não podemos afirmar simplesmente que o avanço da ciência deixou um vácuo espiritual, pois a existência do vazio é anterior, tendo sido toscamente preenchido por dogmas que não resistem ao funcionamento lógico das leis naturais do Criador. A ciência da natureza acabará levando a humanidade à ciência da religião.
No entanto, a ciência ainda não cumpriu o seu papel, permanecendo distante da reconciliação entre o científico e o espiritual. A espécie humana se mantém aquém do que era esperado dela. O mundo se tornou caótico, pois a humanidade vem percorrendo um caminho de destruição. Segundo o escritor
Abdruschin, “a separação entre a humanidade e a ciência não precisava existir, porque a humanidade inteira tem pleno direito à ciência. Pois esta procura apenas tornar mais compreensível a dádiva de Deus, a Criação. A atividade propriamente de cada ramo da ciência se encontra na tentativa de perscrutar mais de perto as leis do Criador, a fim de que essas, pelo seu conhecimento mais apurado, possam ser utilizadas mais proveitosamente para o bem da humanidade”.