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RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

Thadeu Teixeira de Freitas
25/02/2015



Em 04/02/15, Gigi Cavalieri, Presidente da ADCE SP Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa de São Paulo com MBA em Gerência de Projetos falou ao Clube sobre o lado humano da responsabilidade social das empresas e não apenas o lado profissional de quem paga impostos sociais ditados pelo governo, os quais de alguma forma venham resultar num retorno natural de benefícios sociais à sociedade em geral.

Quando falamos em responsabilidade social das empresas, devemos focar nas pessoas, mas não na pessoa jurídica como contribuinte, parte de um sistema. Muitas empresas fazem levantamentos, avaliações sobre sua responsabilidade social empresarial, mas não conheço nenhuma empresa que faça essa avaliação centrada na pessoa, sobre como as pessoas são consideradas.

Dentro da economia do país, o que temos hoje? Enfocando a disparidade, é incrível, que no mundo atual e com tantos avanços tecnológicos, com tantas coisas possíveis, tanto conhecimento, ainda existem pessoas passando fome. Em viagem à África no ano passado, constatei que lá as pessoas apesar de muito pobres, eram felizes. Pensei em como poderiam ser felizes assistindo na TV um mundo do qual não teriam a menor possibilidade de fazer parte.

O que fazer com esse saber? Em que esse conhecimento, essas experiências nos serviriam senão pudermos enxergar as pessoas que estão próximas da gente? Estamos formando pessoas, não adianta retermos conhecimento para nós mesmos. Prezamos a segurança, o poder de conquistar e manter coisas, ter dinheiro, bens como carros de último modelo, ter uma casa muito boa, criando uma redoma da qual precisaremos sair uma hora ou outra. E como está o mundo do qual fazemos parte? Vivemos ou apenas usufruímos dele?

Como é que estamos dentro das nossas empresas, nos relacionando com as pessoas que nos servem? Como estão as pessoas que trabalham conosco? No Rotary existe o conceito de servir, de ter propósito na vida; estamos a serviço do outro e é isso que engrandecem as pessoas; enxergar o outro; isso traz alegria. Ter muito dinheiro para usufruir é muito bom, poder fazer coisas. Mas o dinheiro sozinho, e temos comprovado isso, não garante a felicidade.

Temos visto o número de suicídios aumentar vertiginosamente, principalmente nos países com condições financeiras melhores. Por quê? Se hoje eu quero um Iphone e amanhã esse modelo já não me serve mais, compro um outro mais moderno e pronto. Isso traz satisfação, dá prazer, alegria. Mas estar junto à família num espaço agradável, numa praia, numa refeição, será que não dará muito mais alegria e prazer? E os momentos desfrutados com os amigos compartilhando a vida?

Assim devemos conduzir nossas vidas, orientamos nossos filhos e assim também devemos trabalhar em nossas empresas, focando nas pessoas, no que lhes traz prazer e alegria, assim todos ganham, a sociedade ganha, evolui. Será que estamos realmente preocupados com as pessoas que estão dentro das nossas empresas? Ou estamos considerando-as como descartáveis, feito esses aparelhos que consumimos com avidez? Será que as pessoas entendem a razão pela qual elas levantam de manhã e vão ao trabalho? Ou simplesmente têm no trabalho uma obrigação? Temos noção do que faremos com o nosso dia, com a responsabilidade que temos com os outros?

A s empresas que são socialmente responsáveis são mais bem vistas; se seus funcionários têm noção do porque apertam uma porca, um parafuso, trabalham com muito mais boa vontade, tornando suas empresas mais lucrativas e duráveis.

Exemplificando e partindo para o lado das empresas, a SEB que é a ARNO aqui no Brasil, foi comprada por uma empresa francesa. Eles tinham uma preocupação com o entorno onde estavam instalados que era muito pobre. A fábrica começou a estudar em como poderia ajudar. Identificou que dentro da comunidade tinham algumas escolas e que elas não funcionavam aos finais de semana.

A SEB, que produz panelas, linha branca de utensílios domésticos, encomendou um estudo. Começaram então a utilizar as escolas aos finais de semana trabalhando com reeducação alimentar, passando a ensinar as famílias sobre como poderiam fazer para se alimentar corretamente ganhando saúde, passou a prestar um serviço à comunidade, juntando responsabilidade social percebendo necessidades aliandoas ao seu marketing alcançando bons resultados tanto para a empresa como para a comunidade, algo que qualquer empresa com um pouco de boa vontade poderia fazer.

Podemos concluir que aproveitando as oportunidades podemos nos tornar empresários, gerentes ou simplesmente vendedores, podendo contribuir para que o mundo fique melhor. Vivemos num país imediatista e hoje em dia não dá para ser assim com tudo; precisamos é de sermos mais espertos, pois coisas, bens e oportunidades faltarão para todos senão cuidarmos uns dos outros; é uma questão de sustentabilidade.

Senão mudarmos a nossa forma de conduzir a vida, a vida no planeta, não sobrará nada para ninguém. Não vai adiantar ter dinheiro senão tivermos o que e onde comprar. Precisamos pensar com responsabilidade sobre como estamos nos conduzindo; precisamos de inovação e criatividade, de colaboração e cooperação, de ter valores. Precisamos servir uns aos outros e de olhar o próximo, conduzir a vida de forma diferente. Só assim deixaremos como legado um país, um mundo muito melhor, temos que estar juntos, precisamos começar mudando a nós mesmos. Responsabilidade social diz respeito a sociedade, é dever de todos.




Presidente do RCSP Gestão 2014-15.
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