No badalado filme
O Regresso podemos ver belas imagens: floresta, água, céu, neve, chuva, bom desempenho do astro Leonardo di Caprio, um grande defensor dos equilíbrios da natureza. Mas parece estranho, pois ao término do filme, não se observou empolgação da plateia, que foi saindo do cinema de cabeça baixa devido à arrastada trajetória de vingança. Seres humanos embrutecidos que invadiam as terras dos índios, sequestravam suas mulheres e ofereciam whisky para dominar. Seres humanos de moral duvidosa, astutos, decadentes.
Hugh Glass, um caçador que conhecia bem a região, tinha princípios, mas ia atacar filhotes de urso quando a mãe ursa deu-lhe o revide. John Fitzgerald, um ateu egoísta, semeou a própria ruína e colheu o que fez por merecer, como consequência de sua deslealdade. Apesar da beleza das imagens, faltou inspiração nos 155 minutos de filme, que poderiam ser reduzidos a 90 pela ausência da objetividade apresentada na série Busca Implacável, ou mais remotamente em Desejo de Matar, com Charles Bronson. Enfim, era 1822 e os europeus viam nas colônias a oportunidade de enricar sem assumir responsabilidade por seus atos, mas os homens eram irredutíveis em seu desejo de vingança.