Uma pergunta importante: qual seria o objetivo dessa nova versão de Ben-Hur? Mostrar diálogos acelerados que irritam? Romanos tiranos? Corrida de bigas, competição individualista? A vida fútil da classe rica? Um Jesus que diz – Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem e, incoerentemente diz, é a minha vontade -, isto é, ser condenado injustamente jamais foi vontade de Jesus, que se submeteu ao livre arbítrio dos homens como selo de sua missão de alertar a humanidade que estava prestes a perder a condição humana pelo seu embrutecimento e travamento do espírito, a centelha viva que recebeu do Criador?
Jesus trouxe para a humanidade, em linguagem da época, a explicação do grande processo evolutivo da Criação e das criaturas humanas que a ela pertencem, no entanto, pouco restou da clareza e simplicidade de suas palavras. As cenas do filme mostram bem o nível de embrutecimento da humanidade já naquela época. A morte na cruz foi um acontecimento à parte da missão de Jesus. O “não sabem o que fazem” indica claramente que está errado o que fazem, nada mais do que um crime comum.
Filmes dessa natureza têm de ser coerentes e não ficar inventando coisas que não aconteceram, pois nesse caso não se trata de ficção. Enfim uma barulheira, pouca diversão, pouca história, com um desfecho sentimentalóide de falso amor, contrário à severidade de Jesus no trato com os homens astutos sem coração.
O ser humano não pode continuar sendo afastado do significado espiritual da vida em suas sucessivas reencarnações, que visam à busca do autoaprimoramento. Durante séculos os seres humanos estão pressionando exclusivamente o cérebro frontal e seus hemisférios, travando o espírito, sendo especialmente incentivados a chafurdar na mentira, pendores e nos vícios, aceitando isso indolentemente; estão jogando fora o precioso tempo que foi concedido para evoluir.