Existem duas formas de curar uma doença:
- Curar o órgão ou faculdade particular que está defeituoso, doente ou fraco;
- Fortificar os órgãos e faculdades saudáveis de tal maneira que eles superem e curem o órgão ou faculdade doente.
Essa dupla abordagem médica já existia desde os primórdios da medicina. Hipócrates, considerado o pai da medicina, tinha um conceito totalitário da medicina ao considerar todo processo patológico como um fenômeno geral e os sintomas locais como manifestação secundária.
Como exemplo encontramos em seus aforismos VI-XXI: “As varizes e hemorróidas que surgem nos maníacos, curam a mania”.
Ele já observava que um paciente com distúrbio de comportamento grave curava com manifestações que aparentemente não tem conexão com a doença como varizes ou hemorróidas. Atualmente dificilmente encontraríamos algum especialista dessas áreas que soubesse ou observasse isso que o pai da medicina constatou.
Uma paciente submeteu-se a uma hemorroidectomia no 8º mês gestacional e apresentou psicose puerperal (distúrbio psiquiátrico que pode acontecer após o parto).
Torres Homem, um dos maiores clínicos do século IXX em seu livro “Clínica Médica” apresenta um caso de reumatismo articular agudo que, ao se prescrever medicações locais, houve desaparecimento dos sintomas, surgindo no dia seguinte um quadro meninge com delírios, que sumiram assim que fez nova prescrição e os sintomas retornaram para as articulações.
Diz o autor: “parece-me que a doutrina das metástases, tão em voga antigamente e hoje (1884) tão abandonada, deve ser aceita…” (Na época o conceito de metástases era de migração de um sintoma de um lugar para outro).
Ou seja, há pelo menos 150 anos que esses conceitos não são abordados nas faculdades de medicina.
O professor Maffei na sua obra “Fundamentos da Medicina” na página 444:
“Tratamentos como ventosas… produziam excelentes resultados devido ao deslocamento do órgão de choque para a pele… ou para outro órgão que tenha capacidade de eliminação para o exterior é de grande importância prática, pois toda moléstia que manifesta lesões cutâneas, ou diarréia, ou expectoração é de evolução favorável… os asmáticos quando apresentam um eczema, livram-se dos acessos da doença… Cortisona sua ação é apenas anergizante, como tal, faz desaparecer momentaneamente os sintomas.”
Temos mais de 50 casos que na grande maioria tinham asma e após uso de cortisona evoluíram para quadros psicóticos, quando tomaram medicação homeopática, a grande maioria voltou a ter asma e melhorou do quadro psicótico.
Se olharmos no tratado de Farmacologia “Goodman e Gilman”, veremos entre os efeitos colaterais do corticóide: psicoses.
O ponto fundamental é que o deslocamento de órgão de choque não é mais percebido, atribuindo-se como algo pertencente ao medicamento e não que pela imunossupressão ocorra uma interiorização da doença.
Hering, médico contratado pela Universidade de Leipzig para estudar Homeopatia, para acabar com ela, tornou-se um membro da nova ciência, que acabou introduzindo-a nos EUA.
Ele descreveu aquilo que ficou conhecido como Lei de cura de Hering, em que:
- A melhoria da dor ocorre de cima para baixo;
- A melhoria das doenças ocorre de dentro para fora;
- Os sintomas aliviam-se primeiro nos órgãos mais importantes ou mais vitais logo nos menos importantes e nas mucosas e na pele no final;
- À medida que desaparecem os sintomas recentes vão reaparecendo os sintomas antigos.
Como podemos perceber no desenho a seguir as doenças pioram quando atuamos parcialmente por exemplo: tratando com uma pomada uma lesão de pele, podem surgir sintomas em órgãos vitais, por exemplo, no pulmão. Quando o paciente segue a lei de cura retornará essa lesão de pele, exteriorizando a doença.