Jackie, dirigido por Pablo Larrain, é um filme bem feito, embora se restrinja ao assassinato e enterro do marido de Jacqueline Kennedy (Natalie Portman), o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy (Caspar Phillipson), em 1963, dando origem a teorias de conspiração. No Brasil, também tivemos um presidente JK – Juscelino Kubitschek -, falecido em 1976 num obscuro acidente automobilístico.
Em visita a Dallas, em carro aberto, o presidente americano foi atingido por tiros no crânio, vindo a falecer, o que abalou profundamente Jackie que estava ao seu lado. A trilha sonora é tenebrosa e o realismo impecável, dando ênfase ao sofrimento da ex-primeira dama viúva. São cenas íntimas de alguém que sofreu uma perda muito grande: a do companheiro e pai de seus filhos, que foi brutalmente assassinado. De passagem é mostrado Lee Oswald, o suposto autor do crime, que foi preso e assassinado antes de ser julgado.
Em Arlington, antes do sepultamento, Jackie fala com um padre, mas a conversa é frouxa diante do sofrimento pelo qual ela estava passando, ansiosa para entender o que havia acontecido. As perguntas que ela fez foram respondidas com uma argumentação dessarroada, incentivadora do comodismo a respeito da busca da compreensão do significado da vida e dos porquês da existência humana, cujo conhecimento ficou extraviado lá atrás, no passado longínquo da humanidade. Ou seja, exatamente o oposto do ensinado por Jesus: "Procurais e Achareis". Isto é, o encontro só pode se dar se houver a procura sem comodismo nem indolência. Um filme que aguça a mente, mas fica longe dos finalmente.