Nós não somos seres isolados. O viver se faz em conjunto através da convivência que deveria ser boa, mas muitas vezes se torna desagradável. Todos nós necessitamos de amizade e reconhecimento, da delicada consideração que vai sendo perdida pelo egoísmo e enrijecimento. O sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925 -2017) escreveu sobre o mundo líquido, transitório, sem consistência. Os tempos são “líquidos” porque tudo muda tão rapidamente, inclusive a disposição das pessoas. Nada é feito para durar, para ser “sólido”. Vai se perdendo a esperança de melhora na convivência e nas condições gerais.
Na vida atual parece como se todos os dias passasse um trator solapando a empatia e as afinidades humanas, prevalecendo cada vez mais a frieza nos relacionamentos, a falta de consideração e o “cada um para si” na luta pela sobrevivência em que a vida se transformou. Há também a falta de humildade de uns que se julgam melhores que os outros. E no dia seguinte começa tudo de novo, aborrecido, um pouco pior. As pessoas se aborrecem quando acham que o outro está vivendo muito melhor do que elas e nada fazem para melhorar a convivência, vivenciando a alegria do encontro. Nesse contexto, o egoísmo é o dominador do cérebro humano, ele atordoa a vontade boa. Precisamos estabelecer um alvo nobre que tenha como prioridade o aprimoramento humano.
Na Mensagem do Graal, Abdruschin indica a forma de escapar das garras do egoísmo e assim permanecer casto, evoluir e obter convivência sincera e benéfica com o próximo:
“Todo aquele que ao agir reflete que não deve causar dano a seu semelhante, o qual nele confia, nem empreender nada que possa oprimi-lo, então acabará agindo sempre de forma a permanecer espiritualmente sem carga de culpas e por essa razão poderá realmente ser chamado casto! Sois a levedura. Aspirai a convicção!”.