O mundo se encontra em situação delicada, os conflitos surgem do nada impedindo o bom entendimento entre as pessoas. Os humanos deveriam se dar as mãos e pensar como fazer para construir a paz e o progresso. Como harmonizar as diferenças? Sem isso, como esperar que possamos colher bons resultados do trabalho conjunto? A harmonização se torna difícil pela falta de um diálogo de alma para alma.
Após passar 27 anos na prisão Mandela foi libertado em fevereiro de 1990 e tomou em seus ombros a missão de conciliar as diferenças raciais entre os brancos e negros da África do Sul. Ele começou do mais simples, tentando estabelecer justiça livre de ódios. No filme Invictus nos é mostrado como ele buscou no esporte um elo de ligação para acabar com o preconceito racial e reduzir o abismo entre as raças fazendo crescer a paixão pelo rúgbi entre os jovens e os adultos, pondo em prática bondade e clemência.
Ao ser comemorado vinte anos da libertação de Mandela, a África do Sul ainda não atingiu um estágio mais elevado, desemprego e violência enfeiam o cenário. Mas não só na África do Sul, a humanidade também não eliminou os conflitos decorrentes da falta de consciência de que fazemos parte do povo dos seres humanos que deveriam semear paz e beleza no planeta Terra.
Os humanos sem um alvo elevado acabam presos à ideia de que a finalidade da existência humana consista, principalmente, na correria com vistas à obtenção das necessidades e dos prazeres do corpo. De degrau em degrau se vão rebaixando a uma condição embrutecida, tornando-se incapazes de cumprir a finalidade da vida. O filme Preciosa – uma história de esperança, que nos faz sentir nojo da decadência humana, mostrou a importância da educação, pois a jovem Claireece “
Precious” Jones, só começou a ter consciência de si e da vida depois que adquiriu habilidade para ler e escrever.
O raciocínio com sua astúcia impede que as diferenças sejam ultrapassadas e que surja um esforço para superá-las. A desconfiança está sempre presente nas almas receosas de que alguém lhes possa disputar aquilo que eles próprios almejam: riqueza, poder terreno e influência terrena, e não permite que a cooperação e a harmonia se instalem, favorecendo a conquista do contínuo aprimoramento da humanidade.
O senso de conciliação deveria ser natural no ser humano, mas cada qual acha que está certo e que o errado é o outro. Se cada um usasse de implacável severidade contra si mesmo, buscando o reconhecimento de seus próprios erros, então a sinceridade se mostraria naturalmente para construir os necessários diálogos do entendimento na direção de um alvo maior, mas a mania de grandeza nem sempre o permite.
Em uma de suas frases disse Nelson Mandela: “Como um líder, eu sempre me esforcei para ouvir o que cada pessoa tinha a dizer numa discussão, antes de dar minha própria opinião. Com frequência, minha opinião simplesmente representará um consenso do que eu ouvi na discussão. Eu sempre lembro o conceito básico: um líder é como um pastor de ovelhas. Ele fica atrás do rebanho, deixando o mais esperto sair na frente, sendo seguido pelos outros, sem reconhecer que desde o início eles estão sendo dirigidos por trás”.