Há uma fábula que narra a saga de uma civilização formada por espíritos cujo anseio de se tornarem fortes e conscientes foi atendido pelo Mestre Universal. Receberam uma região com todo o necessário ao progresso pacífico, mas não respeitaram as leis da natureza, nem seguiram a vocação natural do espírito de beneficiar e embelezar a região recebida e buscar o caminho de volta à sua origem, e com a força de seu raciocínio, acorrentado ao materialismo, se apegaram às coisas materiais, simbolizadas no bezerro de ouro.
Com seu baixo propósito, foram semeando o caos, a desordem e a violência. Ao ver isso, o Mestre os deserdou e, após adverti-los, os encaminhou para uma região distante, sem acesso, onde permaneceriam juntos - todos os de má índole - até que reconhecessem sua baixeza para poderem se elevar. Teriam de procurar a Luz da Verdade para reencontrar o caminho perdido. O Mestre, então, cedeu a região a outros espíritos, mas eis que uma parte desses também foi decaindo e o fez de forma tão ignóbil o que acabou abrindo uma passagem para a região dos deserdados, que vendo essa oportunidade, acorreram em massa ao país que habitaram outrora.
Não tardou para se instalar o caos geral, desta vez mais violentamente ainda, causando danos até aos de boa vontade e de nobres propósitos. Então o Mestre percebeu que tinha de organizar uma campanha de limpeza do ambiente para extirpar definitivamente os de má índole, pois não mereciam mais o presente ofertado. Assim é a lei da vida; os perturbadores têm de ser separados daqueles que querem evoluir em paz e com vontade direcionada para o bem geral.