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Trump ou Biden?

Benedicto Ismael C. Dutra
19/11/2020



 As grandes batalhas requerem a arte da sutileza e do sigilo, ou seja, aprender a ser discreto, calado. Ostentar força pode intimidar, mas achar que o outro está intimidado não é argumento para cantar vitória antecipada nesta época com falta de verdade e sinceridade. Um ataque bem planejado, num ponto sensível, provocará reação impulsiva, atabalhoada, consumindo energia e serenidade, revelando pontos vulneráveis. De que valeria recontar votos supostamente fraudados?

Existem técnicas milenares, de Sun Tzu a Machiavel, mesmo assim vaidosos se desguarnecem e quando percebem já estão cercados pelas manobras e avanços do contendor. Essa reflexão mantém proximidade com o embate eleitoral dos Estados Unidos. Na China é mais simples; na prática, tradicionalmente, o presidente indicado é o secretário-geral do Partido Comunista. Não há votos com cédulas, votos pelo correio, ou urna eletrônica - meios passíveis de corrupção.

Trump construiu uma plataforma patriótica visando sair da estagnação econômica interna decorrente da transferência da produção para a China, e também para criar empregos, pois um país que não produz acaba ficando para trás no desenvolvimento técnico. Tarefa difícil em meio à pressão para globalização e concentração das finanças e produção.

A troca de presidente poderá reforçar a onda de globalização da economia e do poder, comprometendo o sonhado padrão de vida americano, que acabou estagnando sem alcançar avanço mais consistente da humanidade, promovendo regressão inesperada. Trump ou Biden? As leis divinas asseguram que serão guindados ao poder aqueles que desencadearão os acontecimentos-chave para a grande colheita da humanidade.

A principal incerteza para os fabricantes está na acirrada concorrência de países que produzem para exportar, fazendo de tudo para reduzir o custo. Tudo dá para contornar, menos a concorrência voraz que destrói fábricas, empregos e renda. Um novo cenário está sendo montado. Pode ser que o conceito de pátria venha a ser profundamente afetado e os EUA deixará de ser aquilo que poderia ser, uma pátria de seres humanos que evoluem. O Brasil também corre o mesmo risco.

Os Estados Unidos deveriam se sustentar como nação modelo, no entanto, transferiram a produção para fora, gerando desemprego. As novas gerações se apresentam com pouco preparo, embora melhor que as do Brasil. Com quase oito bilhões de bocas e natureza esfolada, a miséria se foi espalhando pelo mundo cuja prioridade tem sido o ganho financeiro e poder.

As elites estão vendo que a Terra está nos limites críticos, temerosas de que a população mundial chegue aos nove bilhões. Pessoas imediatistas procuram tirar o máximo proveito de tudo ao seu alcance, sejam os financistas, os capitalistas corporativos ou de Estado, esquerdistas e direitistas, todos buscando o seu quinhão de riqueza e poder, pois percebem que não vai demorar a chegada de um futuro sombrio para a humanidade. Nesse meio, uns poucos heróis se esforçam pelo bem geral na tentativa de ajustar os desequilíbrios.

E, com tantos problemas para resolver, há uma preocupação com a autonomia do Banco Central do Brasil. Urgente mesmo é produzir mais, gerar empregos, renda, consumo, atividades. Sem isso o país vai continuar patinando para trás. A humanidade está no fio da navalha enfrentando uma situação com enormes desequilíbrios de difícil solução. Um desequilíbrio que se quer neutralizar com a uniformização do comportamento da massa para que esta se mantenha nos limites a serem demarcados.

Os seres humanos, hospedados no planeta Terra, viviam na segurança da regularidade dos acontecimentos, pois tudo ocorria como se previa; mas, de repente, tudo mudou e não se sabe mais como será o amanhã, em quem se pode confiar, que dificuldades trará. Como enfrentar esse novo desafio? Os seres humanos mudam de opinião seguindo interesses ou por medo. A serenidade deve surgir da confiança, mas as leis dos homens são movidas por interesses particulares.

A humanidade caminha com cegueira crescente sobre a real finalidade da vida. O desejo de dominar se estende desde as famílias, empresas, religiões, estados. Não há amizade, só interesses econômicos e de poder. Estamos adentrando numa fase crítica. A dominação das trevas alcançará o seu auge antes do desmoronamento da construção sem alma. Sob a pressão da intensificação da Luz, serão desenredados os emaranhados fios dos destinos da humanidade, abrindo o caminho para aqueles que, com sincera humildade, querem evoluir.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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