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Pandemia e globalização

Benedicto Ismael C. Dutra
10/12/2020



 A cultura do país não é boa, pois prevalecem os exemplos dos maiorais que sempre buscam vantagens pessoais, em vez de servir a pátria e sua população. As novas gerações estão arcando com o apagão mental e a desesperança num país superendividado e atrasado. O Brasil já vinha perdendo terreno no bom preparo dos jovens. Com a desindustrialização, muito da habilidade técnica foi perdida e não acompanhou as inovações.

A paralisação determinada pela Covid ampliou a indolência humana. A escola já era fraca, cheia de teorias e pouco desenvolvimento do bom senso e raciocínio lúcido. O descuido na geração e preparo dos filhos para a vida está formando uma geração fraca para os desafios da vida, inclusive para o fortalecimento da nação. O país se fragiliza dando facilidades para aqueles que querem tirar proveito das riquezas Brasil.

Está difícil entender o que está se passando no mundo e conhecer a real situação. A questão complicada das comunicações é o estilo tendencioso, ditado por interesses não explicitados. Um pouco de besteirol desvia a raiva daqueles que ficam aborrecidos com a forma como as comunicações são feitas, muitas delas levando tudo para os baixios da desestruturação geral do país e do mundo.

As pessoas comuns não conseguem imaginar como agem os déspotas no poder que atuam como se o Estado fosse deles. A economia mundial se tornou uma arena de gladiadores dispostos a tudo para assegurar ganhos e dominação. São tantas artimanhas que requerem muita atenção para que o país não seja entregue aos usurpadores. Jogadores globais sempre buscam usar o cabresto da corrupção para dobrar governantes e suas equipes a serem dóceis com relação aos interesses dos poderosos.

Mais uma vez se repetiu a hora de votar, de escolher os zeladores das cidades do Brasil. Quem eram esses candidatos? O que queriam? O que já fizeram pelo Brasil, pela cidade e sua população? Perguntas deixadas ao vento na nebulosa campanha do horário gratuito da TV, onde predominaram promessas irrealizáveis, futilidades e fofocas, tudo para tomar o voto dos incautos que compram coisas por impulso para se arrependerem tarde demais. Tiraram a máscara e mostraram descaradamente a sua hipocrisia e vileza para atender à própria cobiça.

Os falsos estadistas se julgam donos do Estado, a sua falsidade é incrível, e as pessoas não acreditam que uma pessoa possa mentir tanto. Durante séculos a ordem era capitalismo de livre mercado. Surgiu o capitalismo de estado, que se aproveita da globalização e do livre mercado com outros modos de produção através da coordenação centralizada, sem que tivessem sido estabelecidas as regras desse entrosamento, resultando no fechamento de muitas fábricas e postos de trabalho. O desemprego continua aumentando. Quando examinarão as causas? Como recolocar as pessoas em trabalho remunerado?

O cenário é de desolação. As pessoas querem trabalhar, mas não encontram empregos. Querem ir ao shopping, mas há riscos. Querem vender coisas, mas não há compradores. Aflitas, as pessoas querem uma vida normal, mas isso requer a volta à naturalidade.

Durante o evento Cidadão Global 2020, a economista Esther Duflo disse que “a pandemia mostrou como é perigoso ter uma cadeia de distribuição que depende de um único lugar. Precisa haver um esforço para distribuí-la mais. Esta é uma oportunidade para países, como o Brasil, que têm força de trabalho e investimento e estão só esperando seu momento”.

As massas estão confusas, envolvidas por um sentimento de frustração diante das crescentes dificuldades e da enxurrada de informações contraditórias. Estamos enfrentando um grande declínio que traz a marca da crise econômica com seus efeitos que a tudo atinge. Uma crise civilizatória avança pelo mundo, nitidamente visível no Brasil devido à falta de adequado preparo para a vida, que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos.

A decadência está penetrando também pela falsa cultura, uso de drogas, intelectuais que insistem em justificar a destruição, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua, desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína. Nesta Terra desolada e cercada de asperezas, uma sensação de tristeza invade os corações. Falta um sentido elevado e a espontânea alegria de viver. É preciso despertar a alma entorpecida.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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