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O mundo hoje

Benedicto Ismael C. Dutra
19/04/2022



 Há um permanente descaso com a construção de melhor futuro. O colapso da civilização avança. Qual é a causa real do falhar da humanidade? O mundo atual resultou das atitudes das pessoas que, apesar de sua capacitação espiritual, se afastaram do dever de promover o bem geral. Em meio à complicada situação em que estamos vivendo, as pessoas estão aborrecidas com o que acontece, mas o que poderiam fazer, o que poderiam pedir?

Os seres humanos, em geral, estão perdendo a compostura, mas a cobiça de poder os faz descer até às sombras da aliança com as trevas. Em sua cobiça e arrogância, estruturaram o modo de viver em oposição às leis naturais da Criação, dando espaço para atuação das trevas em todos os segmentos, de modo que ao final haverá o embate de trevas contra trevas.

Amor, consideração, trabalho, seriedade, dedicação e o olhar voltado para a continuada melhora do preparo da população e das condições gerais de vida, são os fatores indispensáveis para que a humanidade não decaia para a civilização de todos contra todos.

A teoria da conspiração tem sido o bode expiatório dos acontecimentos mundiais que se aceleram. Aí vem pandemia, aumento do custo da alimentação, mudanças climáticas, guerra na Ucrânia, o silencioso avanço econômico da China, tudo indo na direção de tornar a vida do cidadão comum mais difícil. Assim ficam esquecidas as profecias que alertavam sobre a grande colheita que cairia sobre a humanidade, que possivelmente poderiam trazer mais humildade e auxílio para aqueles que pedirem forças para se tornarem melhores.

Enquanto Estados Unidos, União Europeia, Rússia e China trocam farpas, qual é a realidade econômica? A população da China está habituada a uma vida difícil. Esse país concentra grande parte da produção de manufaturas e tem reservas para assegurar as importações do que precisa. Estranho esse lockdown em Xangai que afeta o grande porto, enquanto outros países dão prosseguimento à liberação das restrições. O que isso significa?

Quais são os motivos que deram impulso à criação do dinheiro e das finanças como instrumento de dominação? O dinheiro, transformado na mercadoria das mercadorias, abre um paralelo na economia real em que o mercado financeiro segue a lógica especulativa. O dinheiro em si é um importante meio para conduzir a produção, o comércio, o consumo, mas assumiu o comando e se tornou a causa de discórdia, guerras e miséria; ele se impõe como a força dominadora da política, dos negócios, da vida. Isso resultou do fato de os seres humanos terem parado de ouvir o coração, a alma, deixando-a inativa. A paz e o progresso da humanidade devem estar no topo, e o dinheiro ser apenas um meio.

O que as novas doenças e a guerra têm a ver com o dinheiro e poder no mundo? Ao final da Segunda Guerra o dólar e os mecanismos financeiros desenvolvidos se tornaram o sistema monetário mundial. Os embates não contribuem para a evolução da humanidade. Pouco se fala sobre o enorme poder financeiro concentrado, defendido com a diplomacia das armas. A China despontou como a grande fábrica; é evidente que o fortalecimento econômico e comercial despertaria suas atenções para as finanças e disputa com o dólar.

As ideologias e as civilizações estão se fundindo nos objetivos de cobiça por riqueza e poder econômico. O que as escolas estão ensinando sobre a lei Áurea de 1888 e sobre a republiqueta que derrubou a princesa Isabel, baniu sua família em 1889 e descuidou do Brasil e sua população, incluindo os liberados do regime de trabalho opressor? Qual o significado da tomada do poder pelos militares em 1964? As novas gerações tiveram seu descontentamento com Tio Sam direcionado para a revolta; haveria um banho de sangue, para quê?

Para favorecer a paz duradoura é imprescindível que a educação promova a busca do aprimoramento pessoal e espiritual continuadamente, para que os estudantes se tornem seres humanos de qualidade, e que tenham consideração sincera pelo próximo, buscando a melhora nas condições gerais de vida. Muitas pessoas deixam que a alma envelheça junto com o corpo, em vez de mantê-la sempre jovem e forte com a Luz da Verdade do Criador.




Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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