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O MUNDO, A JUVENTUDE E O FUTURO

Cacilda Celso
31/07/2011



Nunca será possível mudar a face egoísta das sociedades enquanto os jovens não tiverem uma educação à base dos verdadeiros valores, tomando consciência, desde cedo, dos direitos e deveres que cada qual deve respeitar para que haja justiça e paz entre os homens.

O panorama geral do mundo de hoje apresenta-se tão belicoso, complicado e isento de boas perspectivas sociais e econômicas, que não admira que a juventude dos tempos presentes se sinta desanimada, descrente e mesmo desmotivada, vendo o seu futuro tão comprometido, sem esperanças à vista duma melhoria significativa em todos os campos.

Para além da sangrenta visão de guerra que o Oriente nos dá; da ambição que estimula a conquista pelo poderio do petróleo; da exploração do homem pelo homem, na ânsia do lucro; do alastrar da corrupção por toda a parte, sem o menor escrúpulo e respeito pelos valores morais que devem nortear as sociedades, as manifestações de egoísmo e violência demonstram, por vezes, um tal primitivismo, que até já há quem tenha achado esta situação do mundo atual paralela à dos tempos da Roma Antiga.

A ineficácia do sistema que rege a economia e tem depois tanta incidência nos meios sociais, parece demonstrar que, nos anos mais próximos, algo terá de mudar para que surjam resultados mais satisfatórios nas sociedades, presentemente tão causticadas com o desemprego e sem que se consiga diminuir a pobreza, como seria desejável. Perante uma panorâmica tão pouco aliciante para as gerações mais jovens, é essencial fazer-lhes sentir que é nelas que reside agora, mais do que nunca, toda a esperança que a humanidade põe no futuro.

Esta esperança de que falamos não se refere apenas ao modelo de desenvolvimento, de economia e de melhoria social a que o mundo aspira, para que haja diminuição crescente de desemprego, uma boa resposta à política de globalização e cada vez menos pobreza.

É uma esperança que tem também a ver com a civilização humanista que a felicidade do homem exige, felicidade que só pode ser construída e cimentada numa base de amor, de solidariedade, de sentido “do outro”.

Nunca será possível mudar a face egoísta das sociedades enquanto os jovens não tiverem uma educação à base dos verdadeiros valores, tomando consciência, desde cedo, dos direitos e deveres que cada qual deve respeitar para que haja justiça e paz entre os homens. Sabemos que são os jovens que possuem aquela capacidade de sonhar que leva às grandes realizações no mundo. São eles os detentores da energia e do arrojo que se vão depois perdendo vida fora, à medida que as condições físicas se vão deteriorando e que os embates do dia a dia vão destruindo os sonhos arquitetados.

Assim, há que preparar os jovens, primeiro, para os desafios que lhes irão surgir na idade adulta e depois, acreditar nas suas reais possibilidades inovadoras e criativas, incentivando-os a lutar pela concretização dos seus ideais.

Não devem, todavia, estes ideais (que se querem nobres) deixar de lhes ser inculcados – sob o perigo da juventude correr o risco de viver sem a diretriz de um caminho a trilhar e o estímulo duma meta a atingir.

Quer-nos parecer de que hoje, mais do que nunca, é importante que a juventude seja bem preparada, intelectual e tecnicamente, antes de ingressar na carreira profissional, para que o progresso vá encaminhando a vida dos homens no sentido da perfeição e da harmonia. Mas para que o mundo se transforme num lugar aprazível e a humanidade ganhe uma dimensão à altura das enormes capacidades da criatura humana, é essencial que cada ser aprenda a viver com o coração, amando os seus semelhantes e trabalhando sempre com os olhos postos no bem comum. Se na educação de cada criança houver sempre o cuidado de se semear a planta benéfica desse amor fraterno, decerto que a semente não deixará de germinar dando, mais tarde, os melhores frutos.

Duma juventude assim, de homens justos e bem preparados, é que decerto muito teremos a esperar, não só no campo profissional, mas em todos os campos – como convém, para que o mundo não se desumanize cada vez mais. Nós, os mais velhos, pais e educadores, preparemo-la, pois – a essa juventude promissora. E depois entreguemos, então, nas suas mãos, o futuro do Universo…

Fonte: Arte na Escrita




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