Em nosso último encontro, tivemos como palestrante o Vice Cônsul dos Estados Unidos, Jonathan Posner. Graduado em Antropologia pela Universidade da Flórida e com Mestrado em Administração de Negócios pela Universidade “Southern California”, o convidado ofereceu aos presentes uma visão geral sobre o crescimento das relações entre os EUA e o Brasil.
“O trabalho que vocês desenvolvem é profundamente reconhecido. Vocês apoiam o aprimoramento profissional, o combate à fome, a melhora na saúde e no saneamento básico, a erradicação da poliomielite aqui e no mundo, além de outras ações. Por isso, é uma honra estar presente nesse grupo seleto e, especialmente, nesse dia que é muito importante para a história dos EUA. Hoje, dia 4 de julho, marca a nossa independência. A data celebra a liberdade pela qual lutamos e que temos compartilhado com o Brasil nesse momento intenso da relação bilateral entre as duas nações”, comemorou Posner.
De acordo com o palestrante, a visita ao Brasil do presidente Barack Obama, em março de 2011, e a visita aos EUA da presidente Dilma Rousseff, em abril deste ano, demonstram o crescente desenvolvimento dessa relação. A decisão do presidente Obama em visitar o Brasil em sua primeira viagem à América do Sul confirma a importância do Brasil como parceiro crucial para aquele país. “Muito além da importância simbólica, esses encontros trouxeram iniciativas específicas que aprofundaram nossas relações comerciais e econômicas, e reforçaram a cooperação entre ambos como, por exemplo, no que se refere às questões ambientais que sustentam o crescimento sustentável desses países”.
Jonathan Posner explica que, no intervalo entre as duas visitas, aconteceram várias reuniões de alto escalão que tiveram por objetivo avançar nas iniciativas apresentadas, além dos mais de 10 acordos assinados que formalizaram parcerias para intercâmbios educacionais, instituições de pesquisa e de ensino superior, desenvolvimento de biocombustíveis para aviação, bem como documentos que reforçam a cooperação comercial e econômica entre os países. “As visitas demonstram que os dois lados buscam parcerias semelhantes, baseadas na cooperação econômica e tecnológica”, complementou o Vice Cônsul.
Para Posner, a relação entre Brasil e EUA deixou de ser exclusivamente governamental e passou a ser uma relação entre sociedades e povos. Vínculos entre universidades e instituições, desenvolvimento de parcerias pública-privadas e o crescimento significativo do turismo entre os países são exemplos de um relacionamento em constante expansão. As relações econômicas seguem o mesmo rumo: “o comércio entre o Brasil e os EUA, em 2011, chegou a US$ 74 bilhões. E a qualidade de nosso comércio é tão importante quanto à sua quantidade. O comércio entre as nações é diversificado, variando entre produtos de alta tecnologia a serviços e produtos manufaturados”.
Ainda este ano, promoveu-se um diálogo sobre investimentos e uma maior cooperação entre os países. Foram assinados acordos que aumentaram substancialmente, o número de vôos de passageiros e cargas entre as nações. As crescentes relações comerciais e pessoais entre Brasil e EUA também foram responsáveis pela intensificação do número de vistos emitidos pelo consulado e pela embaixada americana nos últimos 5 anos. “Emitimos mais de 460 mil vistos aos imigrantes em 2011. Nossa demanda está 30% maior do que a do ano passado. Este ano, podemos chegar a meio milhão de vistos emitidos em São Paulo e 820 mil em todo o Brasil. O objetivo é facilitar e desenvolver contatos entre os dois países”, explicou o convidado.
Segundo ele, novos procedimentos têm sido oferecidos na internet para facilitar o processo de entrevista dos imigrantes. Em 30 de abril foram abertos 6 centros de atendimento (2 deles em São Paulo e o restante em Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte) para agilizar o processamento de vistos e renovações.
“Através de programas de intercâmbio patrocinados pelo governo dos EUA, conseguimos bolsas para mais de 9 milhões de brasileiros só em 2011. Nossa esperança é que durante o tempo que permaneçam em solo americano, entendam a utilidade dos EUA e de sua sociedade, contribuindo para o fortalecimento da relação entre os países. Os Estados Unidos também têm expandido relações entre instituições acadêmicas e de pesquisa entre as nações a fim de compartilhar experiências e avançar em descobertas e pesquisas. O relacionamento é amplo e profundo, esperamos continuar a expandir esse processo ainda mais no próximo ano para o benefício de ambos os países e do mundo também”, concluiu Jonathan Posner.
Fonte:
Boletim SERVIR nº. 3898 do dia 11 de julho de 2012