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MUDANÇAS – SAIBA O QUE, ONDE E COMO MUDAR!

Alice Magalhães Carrozo
05/02/2009



Vivemos um momento especial onde as transformações são amplas e rápidas em direção a uma nova ordem mundial, com uma exigência de qualidade que abrange desde o convívio familiar às empresas e instituições.
 
O novo modelo que ora se delineia requer do indivíduo uma nova consciência de si mesmo, do seu espaço no conjunto, da responsabilidade e consequência de cada atitude. Com isso, ocorre um inter-relacionamento pessoa / família / empresa, em normas totalmente diferentes daquelas vividas até há um tempo atrás, o que aponta para a necessidade de mudanças na maneira de ser da pessoa humana.
 
E mudanças não são fáceis. Deixar o velho,conhecido e se dispor ao novo, desconhecido, gera muita ansiedade e resistência. A tendência é fugir do novo e se manter no antigo, mesmo que ele não seja mais satisfatório.
 
No entanto, as reformas aí estão e são profundas. Onde as pessoas não se abram a elas espontaneamente, elas se colocam rompendo com o antigo, ocasionando muitos problemas, trazendo uma obrigatoriedade de mudança, que se constitui, aliás, no âmago do novo.
 
A ênfase agora se volta para o ser humano: Investir na sua mudança interior, no seu amadurecimento como pessoa.
 
Mas, o ser humano, principalmente do nosso meio, não se encontra absolutamente preparado para atender às solicitações deste novo modelo de atuação. Não sabe mesmo o que, como nem quando mudar.
 
É um trabalho sério e profundo que envolve mudanças de conceitos, valores e referenciais que foram inculcados na pessoa desde o seu nascimento e que estão na base de todo o seu comportamento. É a mudança de seu “script” de vida, da visão de si mesmo e do todo, na busca de uma autoconsciência. É um esforço para superar sua constituição humana em prol do seu crescimento e evolução universal, expandindo as suas capacitações, habilidades e força de trabalho. Isto modifica diretamente os inter-relacionamentos humanos, potencializando os resultados.
 
Ocorre sempre um primeiro momento em que a pessoa identifica que “alguma” coisa não está bem em sua vida. É um momento de insatisfação, às vezes até mesmo de irritabilidade.
 
CRISE!
 
O QUE MUDAR
 
Vamos tentar descobrir “o que”não está bem. De onde vem esta sensação desconfortável. É um momento de reflexão, de uma conversa conosco mesmo. Abrimos um questionamento, examinando cada área da nossa vida:– será o trabalho ou alguém de lá? O relacionamento afetivo? Filhos?Dificuldade financeira, com muitos encargos? O que é que está incomodando? Preciso fazer uma reciclagem ou um novo curso e não tenho coragem? A vida está um pouco árida?
 
Esta primeira fase é muito importante, pois localiza a área afetada. Muitas vezes, ao localizá-la tendemos a ignorá-la, pois registramos algo desagradável e “é melhor nem mexer…” Mas não adianta O melhor será enfrentar a situação.
 
Agora já temos o que mudar e nos deparamos com pontos difíceis: um relacionamento que não está bom mas que é complicado “mexer” com ele, dependências emocionais que nos soam como opressoras. Filhos! Estão a cada dia mais difíceis, exigentes, voluntariosos… No campo de trabalho, falta de perspectiva de um novo emprego ou de ganhos financeiros ou, cortar despesas, mas, onde?
 
Num primeiro momento enfrentamos um caos. É uma crise. Mas são os momentos de crise que mobilizam ação e reação.
 
O risco que corremos neste momento é transferir a mudança para coisas possíveis, isto é, mudar de casa, de móveis, de carro, etc. E, é claro, não resolve nada. Só estamos protelando a solução e dando chance para o problema se agravar.
 
Proponho um exercício: dar um passo atrás “psicologicamente” falando. Vamos manter certa distância do problema, para podermos examiná-lo por vários ângulos.
 
1º) – Se é um problema, vamos trabalhar em nível racional. Nada de emocional. Vamos utilizar nossa capacidade de raciocínio para encontrar a solução desejada e chegarmos à resposta, como nos problemas matemáticos que resolvíamos nos bancos escolares.
 
2º) – Examinar cada hipótese sob diferentes ângulos. Se necessário, colocar no papel os prós e contras, as facilidades e dificuldades que vamos identificando.
 
É importante ordenar as idéias de maneira que elas se tornem cada vez mais claras.
 
É um trabalho de ampliação do nosso nível de consciência. Não ter pressa. Dar então, um tempo para trabalharmos com os nossos pensamentos, elaborando e depois estruturando, para chegarmos com maior segurança a uma solução certa.
 
Quando a idéia estiver “madura”, naturalmente ela se nos apresenta clara, apontando então o caminho que devemos tomar para resolver o que estava nos inquietando.
 
Repito: Um Problema exige Solução e Resposta. Vamos lidar com ele em nível racional.
 
COMO MUDAR
 
Lembrar que vamos mudar algo que não está bem. É racional. Reservar as emoções, colocá-las de lado. A ação sempre envolve demanda de força de vontade e mobilidade.
 
Se é uma melhoria profissional, ir à luta: descobrir os cursos que deve fazer, conversar com as pessoas que possam auxiliá-lo, etc. para alcançar suas metas.
 
Se a resolução envolve conversas tensas, de nível emocional com alguém em especial, prepare-se antes. O respeito e a consideração a si mesmo e ao outro, sempre devem nortear nossas ações. A linguagem e atitudes devem ser coerentes com esta proposta. Muitas vezes precisamos mostrar que nosso questionamento não é pessoal e sim, quanto a determinado comportamento ou atitude do outro. Ambos darem aquela distância psicológica ao fato, para poderem examiná-lo de forma neutra e ventilarem as ideias entre eles, até chegarem a um consenso.
 
É importante não se desviar do caminho proposto, isto é, da meta estabelecida.
 
QUANDO MUDAR
 
Já obtivemos a solução para resolver o problema. Já amadurecemos os passos da mudança, de como mudar o que não está bom ou certo.
 
Agora, é agir no momento certo, da maneira certa. Estar atento. Observar o outro e o ambiente. Aí entra a Atenção e a Prontidão.
 
Só iniciar o processo quando as condições forem favoráveis. Isto significa:
  • Não pedir aumento de salário, quando ouve seu chefe falar em “corte de despesas” ou “crise” na empresa. Aproveitar o momento em que você se evidenciou por uma atitude ou criatividade que beneficiou a sua empresa. Fazer por merecer! Assim, as coisas ficam mais fáceis.
  • E se não conseguir nada, não demonstrar irritabilidade ou alteração emocional. Tente esperar uma nova oportunidade. A perseverança é positiva.
  • No relacionamento a dois, com o “outro”, a estratégia é a mesma: estar atento ao momento propício, deixar bem claro que é “algo” a ser mudado, que os sentimentos continuam a ser os mesmos… E se forem os sentimentos que mudaram, ainda assim, usar o nível racional, o campo das idéias para verbalizar com segurança. São elas que vão ser trabalhadas para que a mudança necessária ocorra. Olhos nos olhos, linguagem clara, objetivos definidos, usar exercícios de respiração sempre que perceber que a emoção tende a dominar.
     
Realmente, mudanças não são fáceis. Mas, lembrando:
 
Se não as encararmos com coragem e da maneira certa, elas vão ocorrer de qualquer maneira e aí, sem dúvida, acarretarão muitos sofrimentos!



Alice Carrozo é psicóloga.
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