Dos 100% de estudantes universitários que temos hoje no Brasil, 85% estão no ensino privado e apenas 15% em escolas públicas: federais, estaduais ou municipais.
Cabe relembrar que no Brasil o ensino superior foi implantando antes dos cursos fundamentais, por Dom Pedro, com a fundação em São Paulo do Instituto Superior de Direito, que viria muitos anos depois, dar origem à Universidade de São Paulo.
O Ministério da Educação regulamenta, até hoje, tanto o ensino superior como os ensinos fundamental e médio. A questão histórica do relativo atraso do ensino fundamental e médio com relação ao ensino superior é um dos grandes problemas que a universidade brasileira enfrenta, tanto a pública quanto a privada.
A USP é a escola mais procurada do Brasil e foi no aconchego do Rotary Club que a Universidade de São Paulo começou a ser pensada. Conheci há pouco histórias que ligam o Rotary à fundação da USP, da Unicamp e de outros institutos extremamente importantes para o Brasil.
Após a Revolução de 32, a derrota pelas armas foi superada pela conquista pelo saber com a criação da USP – Universidade de São Paulo, que vem se agigantando muito, tendo hoje 8 Campi, sendo o campus do Butantã praticamente uma cidade com seus 60 km de ruas e 120 km calçadas. O campus maior é o de Pirassununga, originado de uma fazenda, tem as Faculdade de Medicina Veterinária e de Engenharia de Alimentos. O mais recente é o campus de Santos, criado como estratégia da USP, utilizando sua tradição e conhecimento de mais de 50 anos ligados ao petróleo, através da Politécnica.
Quando se fala em tamanho, não se fala em tamanho geográfico, na quantidade de campi, nas 43 faculdades, nos institutos que somados aos museus chegam a quase 70; em quase 6.000 professores ativos e 2.700 aposentados, nos membros funcionais que chegam a quase 18.000, que somados aos alunos regulares, que se agrupados aos alunos que fazem cursos de extensão e pós-graduação latu sensu, no último ano, 30.000 pessoas, chegam a 140 mil as pessoas ligadas à USP. A USP tem percorrido de forma célere os rankings internacionais, gerais e específicos, estando em vários deles muito bem colocada; entre as universidades de língua latina no mundo, na última classificação QS World University Rankings ficou na 9ª. posição, tendo na frente dela algumas universidades suíças de língua francesa, uma universidade francesa e uma universidade canadense. Ficaram atrás dela todas as universidades portuguesas, espanholas, italianas e francesas, com exceção de uma e romena. É a primeira universidade latina entre as 700 melhores do mundo.
O QS World University avalia anualmente cerca de 2 mil universidades do mundo e dos seis indicadores usados, o mais importante é o de “Reputação acadêmica”. Notem a importância, dado o contexto de que falamos uma língua que não é internacional, o português. Neste ano a USP alcançou o 139º lugar no ranking britânico, ficando na frente da importante Universidade de Viena.
No QS World a USP está classificada como
extra large, que é um dos nossos maiores desafios, pois como Universidade extremamente grande, todos os municípios no país a querem, mas na concepção errada de que, por ser pública, ela tem que atender a todos. Isso a fez se agigantar e se a compararmos com todas as universidades do ranking do QS World que estão melhores colocadas do que a USP, veremos que nenhuma delas tem sequer 40 mil alunos. Também não existe outra universidade gratuita no mundo, que envie cerca de 1.000 alunos para estudar em qualquer outra universidade do mundo todos os anos.
A tradição de Universidade como conhecemos hoje, começou no século XII na Europa e não evoluiu muito até os dias atuais, mas vai evoluir em décadas para a universidade do futuro, que é uma universidade mundial ligada pelas modernas técnicas de mídia e eletrônica e, para que a USP esteja entre as que irão desenhar a nova geografia universitária global, ela precisará estar entre as 50 primeiras.
Porque as três universidades de São Paulo estão entre as melhores? A autonomia financeira é certamente uma das razões. No caso da USP, permite fazer ajustes sem depender da máquina do Estado, que professores tenham salário diferenciado da rede pública e façam cursos no exterior, financiar pesquisas sem depender da FAPESP e CNPq o que confere à ela grande visibilidade mundial, bem como investir em obras de infraestrutura nos 8 Campi na monta de R$ 1 bilhão e 580 milhões.
Fonte:
Servir