Nos últimos tempos tenho procurado entender o fenômeno do empreendedorismo e as causas dos sucessos e insucessos daqueles que possuem a coragem e a ousadia de iniciar um negócio próprio.
Conversando com empreendedores de destaque e adentrando um pouco mais em suas empresas, observamos que esses empreendimentos são na realidade a exteriorização do seu mundo interior, com suas crenças, valores, ideais e visões, a partir dos quais o homem-empreendedor busca transformar seu sonho em uma realidade palpável e viável.
Existe um aspecto interessante aqui que merece ser ressaltado. Ainda com relação a esse mundo interior, vemos que em muitos casos, o sucesso de um negócio é proporcional ao nível de autoconhecimento que o empreendedor tem de si. Isso faz com que o negócio criado esteja alinhado com o modo de ser do empresário, diminuindo assim os riscos de descontinuidade e a falta de perseverança e dedicação, qualidades importantíssimas para aquele que deseja desenvolver uma empresa diferenciada.
Mas concentremo-nos nessa palavra autoconhecimento, característica essencial para o empreendedor. Qual o seu significado? De forma simples e objetiva podemos afirmar que o autoconhecimento é o aprofundamento que nós temos a respeito das nossas características, da nossa missão, nossa visão, nossas fortalezas e fraquezas. O que somos? Qual a nossa razão de ser nesse mundo? Onde eu quero chegar? Que projetos estariam adaptados à minha visão de mundo?
A importância do autoconhecimento para o empreendedor é corroborada por várias pesquisas nessa área. Como exemplo, vale a pena citar os estudos realizados na década de 70 por John Grinder e Richard Bandler, hoje conhecidos como os sistematizadores da Programação Neurolinguística.
Os dois pesquisadores iniciaram seus estudos buscando entender por que existiam pessoas de alta performance, que conseguiam excelentes resultados, e outras que permaneciam na mediocridade, ou seja, na média.
De acordo com o estudo, um dos principais aspectos observados nos profissionais detentores de grande excelência é que estes tinham desenvolvido um elevado grau de autoconhecimento, possuindo uma missão, uma visão e objetivos próprios bem definidos e, em muitos casos, por escrito.
Ao mesmo tempo, na área de gestão, difundiam-se os estudos que preconizavam o “autoconhecimento organizacional”, através da necessidade de compreensão, pesquisa e elaboração das estratégias, da cultura interna, dos pontos fortes, pontos fracos e vantagens competitivas da organização, a fim de esta pudesse fazer frente a um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.
Dessa maneira, para aqueles que desejam ser empreendedores exitosos, será preciso, antes, construir de forma firme e estruturada o primeiro sedimento dessa longa construção – o primeiro passo – que se inicia na busca do conhecimento interior.
Por isso, o postulante a empreendedor precisará refletir sobre algumas perguntas, tais como: Qual a sua missão como pessoa e profissional? Qual o seu planejamento para os próximos 5, 10, 20 anos? Quais são os seus objetivos para o curto, médio e longo prazo?
Assim, se muitas empresas baseadas na excelência possuem esses pontos formalizados e constantemente revistos, será que isso não funcionaria para você também, futuro empreendedor?