Com belas imagens, músicas dos anos dourados, mas sem muita empolgação, o filme não chega a ser uma reflexão séria sobre o sentido da vida, mas contém um pouco disso. Quatro amigos se reencontram como nos velhos tempos. Mas estão carregando o peso da idade após uma vida comum e rotineira. Três deles se acomodam, enquanto Billy (Michael Douglas) segue em plena atividade, trabalhando, passeando, paquerando. Aliás a expressão aposentado é, atualmente, objeto de críticas, o mais correto seria dizer afastado do trabalho rotineiro, no entanto o movimento não pode parar, tem de seguir adequado às possibilidades de cada um.

Paddy (Robert de Niro) se tornou um velho rabugento e mal humorado. Archie (Morgan Freeman) e San (Kevin Kline) se tornaram fregueses das farmácias. Enquanto Billy tenta se movimentar, os outros levam uma vida sedentária sem propósitos. Nenhum deles pensa no sentido da vida. Por que nascemos? Por que envelhecemos? Billy revela a sua inquietação, pois embora seu corpo não seja mais o mesmo, percebe que no íntimo não mudou e gostaria de poder continuar fazendo tudo o que fazia na juventude.

Os cenários de Vegas mostram uma juventude na mesma direção, isto é, sem rumo. As escolas não contribuem para indicar rumos de vida, só do trabalho. A existência terrena é para achar o caminho da ascensão espiritual, para que as pessoas não se sintam inúteis na velhice por não terem se esforçado para saber a que fins vieram. A vida é uma graça incomensurável. Temos de aproveitá-la bem.