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BIOMAS


08/02/2014



biomasNo ano de 2008 a Ordem do Graal na Terra distribuiu um calendário que praticamente continha um livro apresentando o Planeta Terra - Nossa Casa, oferecendo conteúdos sobre a biodiversidade, enfatizando os Biomas Brasileiros e várias Atitudes em respeito à Natureza.
 
Um livro de fácil leitura, direcionado a diferentes públicos, com imagens e textos explicativos sobre os biomas, a fauna, a flora e as sugestões de atitudes para a construção de um mundo melhor. Assim, o Calendário se transforma em um livro educativo que poderá ser utilizado por estudantes e o público em geral.
 
 
 No intuito de fortalecer a consciência ecológica estamos reproduzindo o texto.
 
 

PLANETA TERRA – NOSSA CASA – BIOMAS BRASILEIROS
Fortalecer a consciência ecológica para um mundo melhor


 
Introdução
 
Há bilhões de anos formou-se um núcleo incandescente, envolto em massa gasosa, chuvas e descargas elétricas, que lentamente deu origem a um novo e promissor astro em nosso sistema solar. Com o passar do tempo ocorreram, no jovem planeta, diversas alterações e precipitações suficientes para depositar toda a água necessária à manutenção da vida que viria a seguir. O calor do Sol fez brotar a flora, cobrindo tudo de verde. Posteriormente, diferentes espécies de animais vieram complementar a natureza exuberante que se expandia. Muitos ciclos de vida ocorreram antes do surgimento do ser humano, a espécie que, sozinha, mais altera o meio ambiente.
 
Possuindo o ser humano a capacidade de raciocinar, torna-se, então, inegável sua responsabilidade pelo zelo e pela manutenção da morada a ele "confiada". Por isso, tem ele o compromisso de agir de tal forma no presente, que suas atitudes e decisões não venham a comprometer a qualidade de vida das futuras gerações, respeitando e possibilitando o direito de todos a um desenvolvimento harmônico com a Natureza.
 

 
Terra: Nossa Casa, Nosso Planeta
 


"Choveu de noite até encostar em mim. O rio deve estar mais gordo. Escutei um perfume de sol nas águas."
Manoel de Barros
 
 
A energia proveniente do Sol é responsável pelo surgimento e manutenção da vida na Terra, e sua incidência e intensidade contribuem para determinar as variações climáticas e, consequentemente, a flora e a fauna das diferentes regiões do globo terrestre. A superfície da Terra é a única até agora conhecida no sistema solar que possui água líquida em abundância. Os demais planetas ou são gélidos ou são saunas de vapor quentíssimo. A água, para permanecer líquida, requer uma variação muito controlada de temperatura. Na Terra, a temperatura média da superfície é 14°C, e as relativamente brandas oscilações na maior parte do planeta nos poupam dos climas extremos e terminais dos outros planetas. Esta condição única na Terra somente se explica através de um sistema ativo de regulação climática.
 
No entanto, não somente de água e energia se formou e se mantém o clima da Terra. O surgimento da fotossíntese, há bilhões de anos, e o respectivo processo de respiração vegetal transformou a atmosfera terrestre, constituída essencialmente de gás carbônico, numa atmosfera rica em oxigênio. A fotossíntese representou, desta maneira, a mais drástica alteração das condições atmosféricas do então jovem planeta Terra, possibilitando a ocorrência de vida como conhecemos nos dias de hoje.
 
 
O perfume de sol está nas águas, nas plantas e em caía ser vivo. Está no ar quente do verão. Mas vai além disso. O perfume de sol invade o olhar de quem passa apressado pelas ruas e faz com que devagar os lábios passem a distribuir mais sorrisos. O perfume de sol contamina o andar que passa a ser mais gingado e invade as palavras, tornando-as acolhedoras. Um país presenteado pela luz constante do sol tem uma dívida maior com a natureza.
 

 
- Quando você mata um homem, está roubando uma vida - disse baba. Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça. Entende?"
Khaled Hosseini
 
 
A camada superficial da Terra constitui-se de diferentes regiões geográficas, caracterizadas pelo tipo dominante de animais e vegetação ali existentes. O inter-relacionamento entre meio ambiente, flora, fauna e micro-organismos, equilibrado pelos fatores geológicos, atmosféricos, meteorológicos e biológicos, é chamado de ecossistema. Na busca pela manutenção do necessário equilíbrio entre seus elementos, o sistema aciona mecanismos de autorregularão no momento em que ocorrer qualquer mudança que o afete. No entanto, existe um tempo de resposta para o acionamento desses mecanismos, que tendem a trazer o planeta para um estado de equilíbrio. Assim como em um corpo animal há um limite para que o sistema imunológico consiga atuar neutralizando e eliminando ataques viróticos e bacteriológicos, trazendo o corpo para um estado de funcionamento saudável, também o intrincado sistema planetário tem limites, e às vezes não há um retorno possível diante dos impactos causados pelo ser humano...
 

 
Quando não lutamos para fazer um próximo instante melhor, para proteger o que nos é caro e tem valor, estamos roubando as chances are um futuro bom para nós mesmos e para as próximas gerações. Estamos roubando da terra os nutrientes, estamos contrabandeando da vida a seiva.

 
 
"A nossa casa até parece um ninho
Vem um passarinho pra nos acordar
Na nossa casa passa um rio no meio
E o nosso leito pode ser o mar
A nossa casa é onde a gente está
A nossa casa é em todo lugar"
 
 Arnaldo Antunes, Celeste Moreau Antunes, Alice Ruiz,
João Bandeira, Paulo Tatit, Edith Derdik e Sueli Galdino
 
 
O "eco" na palavra ecossistema originou-se da palavra grega oikos, que significa casa. Uma casa sempre abriga seres vivos, e na natureza a casa de cada organismo é também chamada de habitat, aquele local ou ambiente onde este habita. Ecossistema, portanto, refere-se primeiro a um conjunto de habitats com seus respectivos habitantes, mas por ser um sistema inclui também todas as relações destes habitantes entre si e com seu ambiente. Num paralelo com as habitações humanas, poder-se-ia dizer que o habitat é a casa ou o bairro, enquanto o ecossistema é a vila ou cidade, incluindo-se aí todos os sistemas de transporte de pessoas e cargas, de fornecimento de água, de tratamento de esgotos, de fornecimento de alimentos e de limpeza, entre tantos outros.
 
Os Biomas são conjuntos de ecossistemas com impacto bem definido no clima de uma região (e vice-versa). Podemos dizer que a Amazônia é um Bioma porque o conjunto dos ecossistemas que lá vicejam tem um efeito benfazejo e relativamente uniforme sobre o ambiente regional, e, na reciprocidade, são regados pelas chuvas abundantes e confortados por temperaturas amenas.

Se olharmos a Terra como um grande ser vivo, autorregulado como o corpo de um ser humano. Os organismos ou espécies seriam equivalentes às nossas células. Os ecossistemas representariam nossos variados tecidos. E os Biomas desempenhariam para o corpo planetário papéis equivalentes àqueles desempenhados por nossos diferentes e complementares órgãos na manutenção do corpo em confortáveis condições de funcionamento.
 
Os ecossistemas são divididos em aquáticos e terrestres. Os aquáticos, por sua vez, se dividem em: água doce e água salgada. Nos terrestres, além da vegetação, as montanhas têm importante papel na distribuição das chuvas, pois podem reter ventos úmidos provenientes do mar, fazendo com que subam a alturas mais elevadas e frias, gerando precipitações.
 
 
Uma casa proteje a vida e abriga os sonhos de cada um de seus moradores. Por isso ela é lar. Quanto mais bonitos forem os sonhos dos habitantes, mais bonito vai ser o lar e mais abertas as janelas vão ficar para escutar os passarinhos. Quanto o sonho é grande e bonito ele sai pelas janelas e portas e vai para qualquer lugar. E a nossa casa fica do tamanho de um mundo que a gente quer cuidar.

 

"Em tempos passados, o cenário era outro. Os campos eram matas verdes, onde corriam riachos de águas frescas, cheias de samambaias, avencas, orquídeas, bichos e aves de todo tipo. Onde há matas, há água. Onde há água, há vida."
Rubem Alves
 
 
Podemos conceituar solo como uma cobertura superficial formada por rochas desagregadas, misturadas com matéria orgânica em processo de decomposição, alguma cinza vulcânica, água, ar e organismos vivos. Entre as suas características estão: cor, textura, estrutura, consistência, espessura, além do grau de acidez, composição e capacidade de troca de íons, a qual é determinante para a fertilidade do solo.
 
A importância da vegetação se verifica na fixação dos solos, na troca de nutrientes, água, energia e elementos biogeoquímicos com o ar, além de servir de alimento e abrigo a diferentes seres vivos. Fundamental para a manutenção da composição química da atmosfera, a vegetação desempenha uma função insubstituível no controle equilibrado da temperatura do planeta. Além dessa função, a vegetação representa um elemento vital para o processo de geração de chuva, através da evapotranspiração e liberação de componentes químicos que atuam como núcleos de condensação para a formação das nuvens e precipitações.
 
 
Olhar tempos passados pode inspirar a busca da beleza no presente. Preservar a vegetação e cuidar do pedacinho de solo que está por baixo e em volta dos próprios pés é uma forma de amparar a vida. Avencas, orquídeas, bichos e aves agradecem, embelezando o mundo.

 
 
"Tenho um pouco de medo: medo ainda de me entregar, pois o próximo instante é o desconhecido. O próximo instante é feito por mim? Ou se faz sozinho? Fazemo-lo juntos com a respiração."
Clarice Lispector
 
 
A tão necessária incidência solar sobre a superfície terrestre está causando danos ao ambiente devido à magnitude e extensão das alterações da constituição química da atmosfera causada pela ação humana. Aliado a outros fatores, o acúmulo de gases clorofluorcarbonos (os CFCs) na alta atmosfera causa a destruição periódica da camada de ozônio estratosférico, responsável pela filtragem dos raios ultravioleta provenientes do Sol.
 
O aumento sem precedentes na História terrestre da concentração de gases de efeito estufa, como o gás carbônico (CO²) proveniente da queima de combustíveis fósseis e do desflorestamento, derrubada e queima de florestas tropicais e o gás metano (CH4), acumulado em solos gelados das tundras, produzidos nos processos de digestão bovina entre outros, são responsáveis pelo aquecimento global e suas consequências no clima, nos Biomas e na vida animal.
 
 
O próximo instante é desconhecido e depende da atuação presente de cada um. Sem o ímpeto de dominá-lo visceralmente, deixamos que ele nos domine. Deixamos que os instantes seguintes passem a ser conhecidos, pois eles se transformam meramente em consequência da atuação que vem sendo padrão.

 
 
"Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranquilos e escuros como o sofrimento dos homens."
João Guimarães Rosa
 
 
Os recursos hídricos são de fundamental importância para a manutenção dos ecossistemas, já que cobrem cerca de 75% da superfície do planeta. No entanto, essa importância não recai somente na quantidade de sua presença, mas, principalmente, na qualidade que apresenta. Essa qualidade pode ser afetada pela alteração de suas características, decorrente de ações ou interferências naturais ou provocadas pelo homem. Numa atmosfera mais aquecida, tanto as chuvas se tornam mais intensas, aumentando a erosão do solo e o consequente assoreamento dos rios, quanto a perda de umidade do solo por evapotranspiração. Em conjunto, representam o aumento simultâneo da ocorrência de enchentes e de secas, reduzindo a resistência dos Biomas naturais e afetando restritivamente a agricultura.
 
Os seres vivos precisam de energia para sua locomoção e desenvolvimento, adquirindo-a através da alimentação. Na natureza os alimentos são obtidos através das cadeias alimentares interdependentes, o que significa que a redução ou extinção nela representa um risco para a sobrevivência de uma diversidade de indivíduos que dela fazem parte. A biodiversidade também contribui de maneira significativa na vida do homem, uma vez que é matéria-prima para diversos medicamentos e produtos industrializados, incluindo cosméticos, borracha, óleos lubrificantes, etc.
 
 
Como diria o geólogo e especialista em recursos hídricos Aldo Rebouças, “é mais importante hoje saber usar a água do que ostentar a abundância”. Aprender a usar a água depende da mãe e também da professora, depende da percepção do valor da agua que cada um tem. O que seria da alma de um Tomem sem os rios: vivazes, claros e escuros?

 
 
"No meio da roda o fogo, irmão de outras eras.
Libera faíscas, irmãs das estrelas.
Soprando suavemente, o vento, irmão-memória,
vem trazendo as histórias de outros lugares.
Sob nossos pés, está a mãe de todos nós,
a terra, acolhedora. Sempre pronta, sempre mãe,
sempre a nos lembrar que somos fios na teia."
Daniel Munduruku
 
 
Para a manutenção de organismos, populações e ecossistemas são utilizados recursos naturais que podem ser renováveis e não-renováveis. Entre os renováveis podem ser citados a água e o magnésio; como não-renováveis encontram-se combustíveis fósseis (petróleo), cálcio, fósforo e urânio. A crescente demanda por recursos naturais é decorrente do crescimento populacional humano que, por ter sido desordenado, saltando de uma população mundial de dois para seis bilhões de indivíduos em apenas um século, trouxe como consequências a degradação da água, solo e ar, o aumento da pressão por recursos minerais, vegetais e animais, a redução da biodiversidade global. Além disso, a expansão das fronteiras agrícolas e do parque industrial contribuiu, e continua contribuindo, para a geração de resíduos poluentes, tóxicos e não-degradáveis.
 
 
Somos fio na teia. Uma teia forte e, ao mesmo tempo, delicada, que sente os impactos daquilo que a atinge. Somos fios, fazemos parte de um sistema, influenciamos o sistema e somos influenciados por ele. Podemos escolher que tipo de fio queremos ser dentro da teia-mãe.

 
 
BIOMAS BRASILEIROS
 
Bioma, de acordo com o IBGE (2004), é um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.
 
O termo de cooperação, assinado pelo IBGE e o Ministério do Meio Ambiente em agosto de 2003, resultou no Mapa de Biomas do Brasil, fruto de intenso estudo e discussões entre a comunidade científica e as organizações da sociedade civil que atuam no campo socioambiental. Assim ficaram definidos seis Biomas Brasileiros, denominados: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. A publicação do novo mapa representa um valioso instrumento na formulação de políticas públicas adequadas para as diferentes regiões.
 
Segundo o IBGE (2004), os nomes adotados foram os mais usuais e populares, em geral associados ao tipo de vegetação predominante, ou ao relevo, como no caso do Bioma Pantanal, que constitui a maior superfície inundável interiorana do mundo. O Bioma Amazônia é definido pela unidade de clima, fisionomia florestal e localização geográfica. O Bioma Mata Atlântica, que ocupa toda a faixa continental atlântica Leste brasileira e se estende para o interior no Sudeste e Sul do País, é definido pela vegetação florestal predominante e relevo diversificado. O Pampa, restrito ao Rio Grande do Sul, se define por um conjunto de vegetação de campo em relevo de planície. A vegetação predominante dá nome ao Cerrado, segundo maior Bioma do Brasil em extensão, que se estende desde o litoral maranhense até o Centro-oeste e ao Bioma Caatinga, típico do clima semiárido do sertão nordestino.
 
Cada Bioma abrange grandes áreas contínuas, assim os diferentes tipos de vegetações são incorporados ao Bioma dominante. A vegetação de Cerrado, por exemplo, que predomina no Bioma Cerrado também ocorre em pequenas áreas de outras regiões do país, inclusive na Amazônia, neste caso é considerada como parte do Bioma Amazônia. O mesmo ocorre com o Bioma Mata Atlântica onde temos a Mata de Araucárias que aparece em uma proporção bem pequena. A vegetação das restingas, dos manguezais e dos alagados faz parte de cada Bioma dominante, cujos limites tocam o Oceano Atlântico (Biomas Amazônia, Mata Atlântica Cerrado, Caatinga e Pampa).
 
A vegetação do manguezal pode ser considerada um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestres de água doce e marinho. Complexo, é um dos mais produtivo do planeta. Abriga diversos insetos, moluscos, crustáceos, peixes, mamíferos, anfíbios e aves Produz plâncton e fornece proteção aos alevinos, por isso também recebe o nome de berçário marinho. Localiza-se nas margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras onde haja encontro de águas de rios com as do mar ou na costa. A vegetação do manguezal serve para fixar as terras e impedir a erosão, estabilizando a costa além de filtrar os poluentes e reduzir a contaminação das praias.
 
Apesar de haver legislação e ações para a preservação dos Biomas brasileiros, o Brasil É um dos países com o menor percentual de áreas especialmente protegidas e, além disso, elas não estão bem distribuídas entre os Biomas.
 
Um gerenciamento ambiental voltado para a sustentabilidade socioeconômica ambienta' poderia evitar danos ainda maiores aos já registrados. Além disso, mudanças nos padrões de consumo dos indivíduos contribuiriam para diminuir o ritmo do desmatamento das florestas úmidas tropicais. Um exemplo que colaboraria para que o impacto do desmatamento fosse arrefecido seria a exigência de certificação na compra de produtos de madeira com garantia de origem ambientalmente correta, referendada pelo Conselho de Manejo Florestal. Metade da madeira vinda da Amazônia é retirada de maneira ilegal por oferecer maior rentabilidade na sua extração, afirma o Instituto Akatu (2006). Outra alteração importante seria em relação à utilização de produtos orgânicos e à redução significativa no consumo de carne, a fim de reduzir a demanda por pastagens, pois, conforme o IPAM - Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, essa atividade foi responsável por 75% da floresta desmatada.
 

 
BIOMA AMAZÔNIA


 
A Amazônia é a maior floresta tropical do planeta, com 4,5 milhões de km² de floresta com dossel contínuo, correspondendo a dois quintos da América do Sul e quase a metade do Brasil. Entre os ecossistemas que coabitam a floresta estão: matas de terra firme - localizam-se distantes dos rios e apresentam espécies de árvores alongadas e finas, tais como a castanha-do-pará, o cacaueiro e as palmeiras; florestas inundadas ou várzeas - periodicamente inundadas pelas cheias dos rios, contam com grande variedade de espécies e são o habitat das seringueiras e das palmeiras; igapós - permanecem inundados durante quase o ano todo, situam-se em áreas baixas, próximas ao leito dos rios; neles as árvores são altas e têm raízes adaptadas às regiões alagadas, a vitória-régia é muito comum nessas matas; e os campos abertos e cerrados.
 
Segundo o IBGE (2004), o Bioma Amazônia é considerado a maior reserva de diversidade biológica do mundo, havendo estimativas de que abrigue pelo menos metade de todas as espécies vivas. Também é casa para um conjunto expressivo de povos indígenas e populações tradicionais, demandando a implementação de políticas de apoio ao desenvolvimento humano.
 
A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo com 1.100 afluentes, cobrindo uma extensão aproximada de 6 milhões de km². O rio Amazonas, o principal da bacia, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando ao mar, a cada segundo, cerca de 175 milhões de litros de água. Essa vazão corresponde a 20% da vazão conjunta de todos os rios do planeta. O maior peixe de água doce do mundo, o pirarucu, que chega a atingir 2,5 metros de comprimento e a pesar 250 quilos, é encontrado nele.
 
O Bioma Amazônia ocupa a totalidade de cinco Estados brasileiros: Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima; além de grande parte de Rondônia (98,8%), mais da metade do Mato Grosso (54%), parte do Maranhão (34%) e de Tocantins (9%).
 
Alguns cientistas brasileiros afirmam que, se o ritmo de desmatamento da floresta se mantiver, haverá maior presença de gás carbônico na atmosfera, o que intensificará ainda mais o aquecimento global.

 
BIOMA MATA ATLÂNTICA


 
O Bioma Mata Atlântica ocupa inteiramente três Estados brasileiros: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e 98% do Paraná, além de porções de outros 11 Estados. E na zona costeira que se localizam os principais fragmentos de Mata Atlântica, restando cerca de 7% da floresta original.
 
A exploração da Mata Atlântica iniciou-se com a chegada dos portugueses ao Brasil, principalmente devido ao interesse pelo pau-brasil. O desmatamento continuou com os ciclos da cana-de-açúcar, extração do ouro, produção de carvão vegetal, extração de- madeira, plantio de café e pastagens, produção de papel e celulose. Somando-se a isso, ocorreram os assentamentos de colonos, a construção de rodovias e barragens, a urbanização e o surgimento de megacidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Este é o Bioma mais descaracterizado do Brasil com grande adensamento populacional e enorme atividade econômica.
 
Na Mata Atlântica são encontrados os mananciais hídricos responsáveis pelo abastecimento de cerca de 70% da população brasileira. A Mata Atlântica é considerada Reserva da Biosfera pela Unesco. O ecossistema Mata das Araucárias ou pinheiros-do-paraná, que também faz parte desse Bioma, estendia-se do sul de Minas Gerais e de São Paulo até o Rio Grande do Sul, formando cerca de 100 mil km'. Atualmente, restam apenas 2% dessa vegetação encontrada quase exclusivamente em áreas de conservação.

 
BIOMA CERRADO


 
O Cerrado é o segundo maior Bioma da América do Sul e ocupa mais de 200 milhões de hectares, representando aproximadamente um quarto do território brasileiro. De acordo com o IBGE (2004), o Bioma Cerrado ocupa a totalidade do Distrito Federal, mais da metade dos Estados de Goiás (97%), Maranhão (65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de porções de outros seis Estados.
 
Atualmente ele é utilizado para produção de carne bovina, plantio de grãos, de madeira de pinheiro e eucalipto para a indústria de papel e celulose. Entre as causas da sua degradação ainda podem ser citadas: a caça esportiva e predatória, o contrabando de animais, a produção de carvão vegetal, as monoculturas, o garimpo e a mineração. Das espécies ameaçadas, destacam-se a onça-pintada, o tatu-canastra, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira.
 
Pesquisadores do Programa Cerrado da Conservação Internacional — Brasil divulgaram estudos em 2004 ressaltando o iminente risco de desaparecimento do Cerrado até 2030, pois, dos 204 milhões de hectares originais, 57% já foram completamente destruídos, e a. metade das áreas restantes estão muito alteradas, o que compromete seriamente sua possível conservação.

 
BIOMA CAATINGA


 
O termo caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata clara e aberta. Este Bioma é exclusivo, não podendo ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. Localizado na região nordeste, ocupa 6,83% do território nacional e se estende pela totalidade do Estado do Ceará e mais de metade da Bahia; da Paraíba, fazem parte 92%, de Pernambuco, 83%, do Piauí, 63% e do Rio Grande do Norte, 95%, quase metade de Alagoas e de Sergipe, além de pequenas porções de Minas Gerais e do Maranhão.
 
Caracteriza-se por ser um Bioma com predomínio de clima semiárido que, ainda assim. apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e endemismo (espécies só encontradas nessa região). Os contrastes da vegetação são marcantes entre a estação das chuvas e a da seca. Numa época a Caatinga está despida, cinzenta e espinhosa, noutra encoberta de imenso e novo verde que emana da enorme quantidade de pequenas folhas.
 
O Bioma Caatinga se encontra alterado devido à substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens, além do desmatamento e das queimadas que ainda são utilizados no preparo da terra para a agropecuária, o que causa fortes impactos no equilíbrio dos ecossistemas. As atividades de extração de madeira, monocultura da cana-de-açúcar e pecuária nas grandes propriedades deram origem à exploração econômica na região.

 
BIOMA PANTANAL


 
O Pantanal se caracteriza por ser a planície mais importante em áreas úmidas da América do Sul e é a conexão entre o Cerrado, no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, ao norte.
 
O Bioma Pantanal está presente em dois Estados brasileiros, ocupando 25% do Mato Grosso do Sul e 7% do Mato Grosso. Ele foi decretado Patrimônio Nacional, pela Constituição de 1988, e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera, pelas Nações Unidas, em 2000. Os ambientes que periodicamente são inundados propiciam a proliferação biológica e a fertilidade ao solo. De acordo com a WWF (1999), existem no Pantanal 650 espécies de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis.
 
A base da economia do Pantanal é a pecuária de corte extensiva e, nas últimas três décadas, a indústria do turismo recebeu incentivos e hoje é a segunda maior fonte de renda da região, conforme o IBGE (2004). Entre as atividades que causam impacto ambiental no Pantanal encontram-se o garimpo de ouro (contaminação por mercúrio) e diamantes, a caça, a pesca, o turismo e a agropecuária predatórios, a construção de rodovias e de hidrelétricas, além das atividades extensivas nos planaltos circundantes. O desenvolvimento de cidades nas regiões não alagadas também traz danos a esse Bioma, principalmente pelo lançamento de esgotos domésticos ou industriais nos cursos d'água da bacia pantaneira.

 
BIOMA PAMPA


 
O Bioma Pampa se restringe ao Rio Grande do Sul e ocupa 63% do território do Estado. O Pampa, além do campo propriamente dito, inclui outros ecossistemas, como os Banhados, áreas alagadas e protegidas por lei, que são fundamentais para a reprodução de espécies e para a regulagem dos, ciclos da água; as Matas Ciliares ou de Galeria, que acompanham os cursos dos rios e servem de refúgio para a fauna. Além disso, apresenta dezenas de espécies de gramíneas, centenas de espécies de aves e de mamíferos, muitos deles endêmicos, fazendo do Pampa um Bioma extremamente importante para a manutenção do ciclo de vida na região e no planeta.
 
A atividade da região do Pampa é a pecuária de corte. Os campos naturais no Rio Grande do Sul são de um modo geral usados para pastoreio contínuo e extensivo. No Alto Uruguai e no Planalto Médio, o plantio de soja e trigo contribuiu decisivamente para o desaparecimento dos Pampas e o desmatamento. Como essas duas culturas ocupam praticamente toda essa região, provocam gradativa diminuição da fertilidade dos solos, ocasionado a erosão, a compactação e a perda de matéria orgânica. Isso leva à desertificação, já encontrada em diversas áreas desse Estado. Florestas foram derrubadas e queimadas para dar lugar ao cultivo de milho, trigo e videiras.




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