Otto fala na crise global. Acho que com a perda da intuição a vida fica vazia, sem sentido. A capacidade de sonhar se esvai. Sem visão clara o ser humano fica sem saber o que quer, perde a capacidade de definir propósitos concretos. O contentamento e a serenidade deixam de surgir espontaneamente no inquieto raciocínio estimulado 24 horas ao dia. Esse tipo de ser humano vai gerando a crise, pois a vida perde a sua finalidade maior diante da sintonização voltada prioritariamente para os resultados financeiros e para a satisfação imediata. Assim, confusamente vão sendo geradas as tendências e o próprio futuro da humanidade.
Não basta ficar ouvindo o professor falando ou ficar lendo os livros indicados, isso não vai amenizar a crise. Precisamos olhar para o real e aprender com ele, movimentar o corpo e a mente, dando asas a intuição que ficou algemada nos esquemas de rígidas teorias. O que mais é real do que a natureza, suas belezas e sua lógica perfeita? Se quisermos formar cientistas inovadores e criativos, com os pés no chão, não nas fantasias teóricas, temos de olhar primeiro para a natureza e aprender com ela. Olhar para o presente e ver que futuro estamos gerando para nós mesmos.