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AS RELAÇÕES ENTRE O BRASIL E A ARGENTINA

Thadeu Teixeira de Freitas
10/04/2015



Em 01/04/15, o palestrante do RCSP Alberto Joaquim Alzueta falou sobre as relações entre a Argentina e o Brasil, iniciando com considerações sobre o relacionamento de longa data entre os dois países, dizendo que as pessoas de modo geral sempre lhe perguntam como é possível dois países tão maravilhosos como Brasil e Argentina estarem vivendo nesta crise? Ambos têm minérios, não lhes faltam nada; como podem estar em situação tão delicada? Realmente fica difícil explicar.

Nascemos tanto Argentina quanto Brasil de formas diferentes; nosso Brasil já nasceu como um reino passando depois a império. A transição foi suave, com atribuições e funcionando bem e isso tudo se fez notar na Argentina que passou a ver e reconhecer como bons, o correio, as fábricas, a justiça e etc. A Argentina levou 50 anos para tornar-se uma nação e durante esse tempo conviveu com lutas de famílias por posse de terra e principalmente luta com os índios para conquistar a terra até então dominadas por eles que tinham os ingleses de um lado e os holandeses do outro. Já no Brasil quando ele passou de império à república, o Marechal começou a ver todo o país andando, os portos, as alfândegas, os correios. A Argentina teve que ir criando e montando tudo isso a partir das décadas de 30 e 40 começou haver um paralelo entre nossas histórias, onde um erra o outro copia.

O Brasil a exemplo da Argentina sofreu com golpes militares em suas histórias por diferentes motivos, outro paralelo impossível de ser ignorado e que influencia nossas histórias, política e economia até os dias atuais, ainda que vivendo em sistema democrático. Mesmo assim continuamos evoluindo nos dois países. Entraram dois governos paralelos, no Brasil Fernando Henrique Cardoso e Carlos Menem na Argentina. Os dois países conquistaram certo progresso, investimentos e um desenvolvimento reconhecido.

No começo do século XX outra vez caímos em paralelos começando a viver com regimes populistas, com Lula no Brasil, sucedido por Dilma Rousseff e Kirchner na Argentina, primeiro com Nestor e agora com Cristina. Aliados a tudo isso, temos paralelos entre os dois países até com a corrupção voltando a nos deparar com os velhos e conhecidos problemas. O governante que gosta assume e se mantém no poder. Na Venezuela vivenciamos exatamente a mesma coisa, assim como em outros países da América Latina; passamos a enxergar tudo isso e apesar de todos os problemas comuns, principalmente nas economias de modo geral, uma luz no final do túnel.

Convivemos no mesmo sistema com amigos e inimigos criados por ambos os lados, dentro e fora dos nossos países. De um lado somos amigos eternos tanto política como economicamente falando em razão da nossa qualidade democrática, porém acabamos criando relações não tão amigas com diversos outros países como Irã, Líbia, China, Cuba e Venezuela, que não têm respeito pela democracia e muito menos pela justiça. Por tudo isso começamos outra vez a perder qualidade em nossas relações políticas e comerciais; a liberdade de impressa é fundamental para se manter a democracia.

Nossas justiças têm sido debilitadas, quebradas e desmoralizadas e com isso presenciamos o crescimento da corrupção em nossos países; também vimos isso na Venezuela. Nossos países precisam estar mais juntos, pois só assim temos a oportunidade de crescimento. Já vimos como se destrói países, economias e indústrias, como por exemplo, a automobilística. Temos matado em nossos países o intercâmbio comercial. Usufruímos desse desde 1990, começando com US$ 3 bilhões e pouco e chegamos a US$ 40 bilhões de intercâmbios comerciais, que hoje caiu para US$ 30 bilhões e porque? Porque a China acabou ocupando esse lugar na economia que pertencia à Argentina e ao Brasil. O que posso dizer de tudo isso? Nada. Precisamos lembrar que estamos numa re gião, Argentina e Brasil onde temos praticamente tudo e tudo mesmo; temos todo tipo de minérios, todas as matérias-primas, temos a terra, temos gente, temos água, temos energia e só precisamos começar a criar plataformas conjuntas, plataformas comerciais agrícolas e culturais; começar a criar bases sólidas para um desenvolvimento conjunto. E isso nós podemos realmente fazer, criarmos uma justiça que seja mais do que suficiente e de melhor qualidade. Juntos temos um argumento para dar ao mundo que ninguém tem, “vivemos em uma zona de paz” onde há muitos anos não existe um conflito militar desde a guerra do Paraguai. E isso nenhuma região do mundo tem. Esse beneficio é nosso; é uma das coisas que nós do Rotary cultivamos, a busca da paz. A partir de futuros governos com esse mesmo ideal, só assim teremos a possibilidade de que em uma próxima eleição, tenhamos condições de criar uma plataforma capaz de juntar nossos países, os quais queremos que sejam normais; não precisamos que sejam maravilhosos, mas simplesmente normais e que tenham a paz que todos nós buscamos.




Presidente do RCSP Gestão 2014-15.
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