O livro Samba, de Delphine Coulin, foi para as telas e nos apresenta a incrível realidade das imigrações em nossos dias. (Omar Sy) é Samba, um imigrante do Senegal que há 10 anos abandonou as dificuldades de sua terra natal em busca de oportunidades de emprego. Na França, desde então, tem se mantido no novo país através de trabalhos eventuais.

Alice (Charlotte Gainsbourg), por sua vez, é uma executiva capacitada, mas que devido a abusos e pressão sobre o cérebro e o sistema nervoso, caiu em estafa devido ao seu trabalho estressante.

Samba faz o possível para conseguir a documentação necessária para poder procurar um trabalho mais qualificado, enquanto Alice se esforça para colocar a cabeça e a saúde em situação de normalidade. A vida os põe em contato. Ela percebe que ele veio de uma região inóspita, sem oportunidades, onde a miséria se esparrama pelo chão sujo e empoeirado, e sente-se motivada a prestar ajuda.

Samba, como muitas pessoas, queria ir para a Europa, mesmo sem documentos, sem permissão, ao encontro da reluzente Paris. Pulando de serviço em serviço, na informalidade, sem família, sem endereço, no lado oculto das grandes cidades que não é visto por muitas pessoas.

Mesmo nessa penúria as vezes surge um lampejo de semiconsciência humana, mas frágil como uma chaminha bruxuleante, insuficiente para despertar o espirito humano que se deixou arrastar pela dormência em sua peregrinação pela matéria.

O filme é bem feito, por vezes inquietante, Samba oferece um modelo de força de vontade, daquela que em sua movimentação faz por merecer auxílios do céu.