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Brexit e a felicidade

Benedicto Ismael C. Dutra
08/07/2016



Filósofos e pesquisadores começam a fazer comparações entre as religiões procurando nexos entre elas e o que elas dizem sobre a felicidade. A verdade independe das religiões; os grãos de verdade nelas existentes têm de se harmonizar, pois procedem da mesma origem. Em vez de nos preocuparmos com o aprendizado das religiões, melhor seria a busca da compreensão do significado da evolução espiritual da humanidade. No  livro de minha autoria A Trajetória do ser humano na Terra (Madras Editora) procuro apresentar um panorama geral da evolução espiritual do ser humano, desde sua criação até a atualidade. Desde longa data os seres humanos se afastaram da vida real e de sua origem, esquecendo-se de que cada resolução individual traça-lhes a trajetória que terão de percorrer na Criação. Afastado da verdade, como o ser humano poderá alcançar a felicidade?
 
Para desenvolver esforço de compreensão é necessário manter o foco dos pensamentos livre das tensões, obsessões e preocupações. O cérebro sereno se abre para a intuição, como já afirmava o físico Albert Einstein, e esta é o grande presente que recebemos para entender a vida. A criatividade pode vir de uma associação de ideias, mas essa associação geralmente é precedida de um lampejo intuitivo, algo que vem de dentro, para nos alertar e orientar, para que o cérebro faça as necessárias ponderações para adequar a visão ao tempo e espaço.
 
Tudo isso se reflete nos acontecimentos atuais. Descontentes com a vida, com a estagnação dos salários e a pouca felicidade, 52% da população inglesa disse sim à separação da Europa, considerada por eles como a causa da falta de melhores empregos e queda no padrão de vida, deixando de considerar os benefícios decorrentes  da unificação da Europa. 
 
De outra parte, a indústria do Ocidente já não via com bons olhos a elevação do custo da mão obra. Nesse ínterim percebeu-se que sobravam trabalhadores desocupados na Ásia. Está correto que esses trabalhadores buscassem a melhora de seu padrão de vida, mas o processo foi na base do desequilíbrio, transferindo-se para a Ásia grande parte das fábricas, visando o mercado externo, reduzindo os empregos, precarizando tudo, em vez de produzir para o consumo deles mesmos, usando o excedente para exportar. 
 
Além de unificar as fronteiras e barreiras comerciais, o mercado europeu também deu ensejo ao surgimento de uma nova moeda, o Euro, uma nova alternativa diante da supremacia do dólar. A questão é que a Europa não é uma unidade federativa como os EUA, então teriam que ocorrer distorções no manejo da moeda, dificultando a convivência. Hoje muitos países estão assoberbados pelas dívidas gerando uma guinada do bem-estar social para a austeridade. 
 
O Brexit, o afastamento da Inglaterra da União Europeia, não vai solucionar esse problema, pois falta um consenso global para que alcancemos progresso equilibrado e o bem geral para assegurar a paz entre os povos. Trata-se de decisão recente cujas consequências são de difícil avaliação, e que provocam aumento das preocupações dos líderes quanto ao futuro. Alan Greenspan, que presidiu o FED entre 1987 e 2006, avalia que a saída dos britânicos da União Europeia terá efeitos desestabilizadores e que poderá aumentar a fragmentação regional, dizendo que isso é apenas a ponta do iceberg.
 
O mundo precisa estabelecer o equilíbrio entre produção, comércio, trabalho e consumo. A globalização permitiu racionalizar os custos, mas criou o poço da precarização, o desaparecimento dos empregos, e desde os anos 1980 o continuado aumento das dívidas e dificuldades para a população. É preciso acabar com o descontrole fiscal permanente mantido por políticos inadequados para governar. Juros e inflação não podem ser separados da produção e nível de empregos. Falta buscar com seriedade a fórmula para baixar juros, aumentar produção e empregos e manter a estabilidade da moeda.
 
No longa Independence Day 2, Ronald Emmerich apresenta a humanidade unida, lutando contra um inverossímil monstro de outro planeta. Na verdade existem muitos monstros aqui mesmo, contra os quais a humanidade deveria se unir para reconhecer a verdade sobre a vida e banir a miséria e a tristeza. 
 



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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