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O vendedor de sonhos

Benedicto Ismael C. Dutra
27/12/2016



 “O vendedor de sonhos” é um filme dramático que se desenrola na cidade de São Paulo, entre as avenidas Faria Lima e Nações Unidas (Marginal Pinheiros) - por sinal uma região com prédios modernos e aprazíveis parques e jardins, que o diretor Jayme Monjardim explora com categoria, embora nas proximidades haja um rio morto que simboliza o que o filme quer mostrar, ou seja, a sujeira do mundo e a frieza da humanidade sem coração.  Trata-se da tentativa de suicídio de Júlio César (Dan Stulbach), um renomado psicólogo perdido neste mundo de asperezas, mas que é salvo pelo “Mestre” (o uruguaio César Troncoso), um morador de rua, também desiludido da vida que na sua dor tenta achar alguma saída para os males que afligem a humanidade. 
 
Monjardim, tomando como base as ideias de Augusto Cury, psicoterapeuta e autor do livro que leva o mesmo título do filme, faz incursões em velórios e cemitérios, mostrando que a vida é uma passagem muito rápida e que, quando as pessoas partem, deixam todas as riquezas e poder para trás. Isso, porém não quer dizer que as pessoas devam desprezar os bens terrenos; o errado é apegar-se a eles como a finalidade principal da vida. 
 
Após a morte a vida continua, o corpo é deixado por terra, a alma prossegue sua jornada, no entanto, faltou dar uma interpretação mais elevada para o viver dos seres humanos ainda desconhecedores de sua origem e do significado da vida. A humanidade está doente e os culpados são os próprios seres humanos que se afastaram das leis naturais, tateando com seu cérebro dominador sem se esforçar para ouvir a voz interior, que é a intuição com sua conexão com esferas mais elevadas. Em sua restrição, o cérebro criou teorias e armadilhas, mas a essência dos males está na falta da espiritualidade, e na falta de olhar além do mundo material e tomar consciência que somos unos com o mundo invisível que nos rodeia.
 
Constituir família dotada de finalidades elevadas, gerar filhos e prepará-los para a vida, tudo é importante, mas na verdade os filhos são indivíduos autônomos, que devem ser fortalecidos para seguirem a sua jornada na estruturação corruptora da vida atual, que na maioria das vezes é voltada unilateralmente para o mundo material, para a conquista de riqueza e prazeres, sem tempo para pensar no que é essencial, sem a “vírgula” oferecida pelo vendedor de sonhos, sem uma pausa para refletir sobre o significado da vida e para onde a insensatez está levando a humanidade, e buscar novos caminhos que libertem o ser, a centelha espiritual que vivifica o ser humano. 
 
 



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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