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A Cabana

Benedicto Ismael C. Dutra
10/04/2017



“Conhecereis a Verdade e ela vos libertará”

 O filme A Cabana chega às telas dez anos após a publicação do livro de William P. Young, lançado em 2007, ficção que narra as vivências trágicas de Mack, cuja filha pequena foi sequestrada e nunca mais encontrada. A ficção pode ser construída pela vontade do autor, criando situações extremas. O objetivo é nobre, mas nestes dez anos muitas coisas mudaram na face da Terra porque, com a aceleração da colheita de tudo que foi semeado pelos seres humanos, revela-se a realidade como ela é de fato e não como era imaginada. Importante para o ser humano é a conscientização e o desenvolvimento do movimento certo para a superação. 

Falta o saber sobre as reencarnações. O ser humano é o espírito guarnecido pela alma que vivifica o corpo terreno e que preexistia há milênios, tendo, através da reencarnação, a possibilidade de permanecer por um novo período no grande ponto de transição que é a Terra, de onde poderá desembaraçar-se das trevas dos erros humanos, fortalecer-se, reencontrar-se consigo mesmo e com o perdido caminho da iluminação.

A percepção humana está em processo de transformação, o que exige realismo e naturalidade. Não há tempo disponível para ser dedicado a coisas sem efetiva consistência e que não conseguem mais despertar interesse e atenção das pessoas. As sobras inservíveis dos conceitos ilógicos logo vão sendo descartados. O filme traz uma mensagem de autoajuda destacando as influências dos sentimentos de culpa e ódio, mostrando a importância da confiança, perdão, alegria e gratidão. As pessoas não devem permitir que a tristeza encontre passagem e tome conta de seu ser. Em vez disso, têm se movimentar para ultrapassar os obstáculos sem ficar maldizendo a vida. 

O cenário e os personagens utilizados pelo autor para adentrar na polêmica questão da Justiça e Amor do Criador encontra pouco eco na mente do homem do século 21, influenciado pela avalanche de informações e imagens a que está submetido. A grande dificuldade dos seres humanos para compreender o significado da vida é a falta de vontade e esforço para buscar a Luz da Verdade, a sabedoria real que contém lógica e naturalidade, mas que ficaram soterradas sob um amontoado de interpretações erradas e alterações introduzidas por ignorância ou outros interesses. Enfim, os tempos são outros e diante de tantas situações trágicas que se abatem sobre os seres humanos, a atitude certa é desenvolver o máximo esforço para procurar as respostas.

O espírito de Mack foi conduzido para a matéria fina enquanto seu corpo permanecia inerte. Encontrou-se com guias espirituais que mostraram a ele o funcionamento das leis da Criação que uma vez reconhecidas e respeitadas elevam o espírito. Ele viu a planície florida onde o espírito da pequena Myssi brincava alegremente e teve noção de que a vida não acaba com a morte terrena. Reconheceu que tudo que o ser humano faz de bom ou mau recai sobre si mesmo. Que o perdão liberta. Que o saber das perfeitas leis da Criação gera confiança. Que a alegria de viver para evoluir é a melhor forma da gratidão pelo dom da vida. 

Mack, da mesma forma como muitos seres humanos, com arrogância, não aceitava a realidade de sua vida. O carma conduzido pelos fios do destino, a ramificação da matéria fina e que se mostra no mundo visível apenas em suas derradeiras extremidades, tudo isso está registrado e em permanente movimentação. Opor-se inconscientemente ao carma é como enfrentar as ondas do mar que arrastam tudo consigo. Compreender o efeito da reciprocidade requer a compreensão do simbolismo do destino humano que traz o remate. É como surfar na onda seguindo o seu ritmo. Tornar-se melhor, ansiar pela compreensão da vida, buscar o bem são fatores que aliviam o peso dos efeitos retroativos dos erros cometidos. 

Quem procura, com certeza vai achar; é a promessa de Jesus. Segundo A Mensagem do Graal (Simbolismo do Destino Humano), de Abdruschin, quando a criatura humana se modifica interiormente, de tal modo que nela se tornou vivo algo melhor do que fora o ato de outrora, então o efeito retroativo em sua espécie não pode ancorar-se nela. Não encontra mais terreno de igual espécie na alma que se esforça em ascender, a qual se tornou mais luminosa e com isso mais leve, segundo a lei da gravidade espiritual. 

Agindo os seres humanos pelo bem, logicamente, os fios do destino sempre lhe tararão de volta apenas o bem.  
 



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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