Demorei para ir ver o novo filme de James Cameron, pois tenho estado preocupado com a forma como atualmente estão sendo apresentados inúmeros filmes em suas sequências muito rápidas, barulho infernal e ambiente conturbado por muita violência, explorando morbidamente cenas de sexualidade embrutecida e o medo da morte.
No entanto, mais uma vez Cameron mostrou o seu talento como já o tinha feito em Titanic, apresentando um final feliz com o encontro do casal interpretado por Leonardo de Caprio e Kate Winslet, em outro plano.
Em Avatar as sequências se dão num ritmo adequado que não desorientam o espectador, mesmo o barulho não chega a incomodar, e apesar de toda a desgraça da humanidade procedente da Terra, surge uma esperança com a vitória dos seres humanos de coração aberto para vida e suas belezas naturais.
Na região de Pandora os seres nativos respeitavam a natureza e eram estimados pelos dragões voadores, que escolhiam quem poderia voar em suas asas. Eles reverenciavam a grande mãe. Em um de seus livros, Roselis von Sass escreveu que todos os planetas Terra, isto é, planetas habitados por criaturas humanas, possuem protetoras femininas. São as soberanas que atuam no Amor. Em nosso planeta a soberana é Gaa-Kibele a mãe da Terra, também conhecida como Gaia. Segundo Roselis, a outrora alegre Gaia atualmente se encontra revoltada ao ver a bela Terra tão explorada e maltratada pelos humanos.
No filme, os humanos procedentes de uma região onde todas as florestas naturais tinham sido destruídas, não tinham a menor preocupação em continuar destruindo árvores seculares para extrair as riquezas das entranhas da terra, enfeiando e emporcalhando um mundo admiravelmente belo e equilibrado. Ou seja, em sua ânsia de poder e riqueza não se preocupavam com as consequências, o que nos leva a refletir sobre o drama que estamos vivendo e sentindo devido às estranhas alterações que se fazem sentir em todo o Planeta.
Cameron soube muito bem como fazer um filme agradável, mas ao mesmo tempo com uma contundente mensagem de paixão e respeito pela natureza e por todas as criaturas que aqui convivem, fazendo parte de um intricado sistema automático de vida interdependente. É como que se a consciência de Gaia agisse protetoramente para o equilíbrio de tudo, contribuindo para a felicidade dos seres humanos.