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O que está acontecendo com os líderes?

Renata M. Câmara Carvalho
18/08/2017



Em tempos de crise, como a que vivemos hoje, questões éticas vem à tona e nos fazem perguntar: O que está acontecendo com os líderes?

 Dentro de grandes empresas, criou-se um estigma de que o resultado a curto prazo precisa acontecer, independente da forma que será lançado. É o famoso “vale tudo”. Essa pressão pode desencadear uma série de consequências e, entre elas, é possível destacar a insatisfação por parte dos liderados e a propensão a uma série de falhas, visto que, muitas vezes, as tomadas de decisões são realizadas de forma intempestiva.

Este cenário e consequentes reações são recorrentes e oportunizaram a análise e realização de pesquisas por grandes estudiosos, como Robert Hogan, psicólogo, que desenvolveu ferramentas que avaliam como os fatores de personalidade influenciam na efetividade de uma empresa em suas diversas áreas, como o clima organizacional e a liderança.
 
Vamos enfatizar uma de suas avaliações, a qual detecta os “descarriladores de carreira”, que discriminam 11 tendências a comportamentos extremistas, ou seja, que têm sua realização de forma desproporcional ao que normalmente seria, geralmente desencadeados por situações com elevado nível de estresse. Essas tendências comportamentais se tornam um risco para a performance e saúde emocional de todos os envolvidos, principalmente quando há elevada frequência.
 
Confira as 11 tendências comportamentais e avalie se seu comportamento se aproxima aos relatados, quando está submetido à pressão diária:
  •  Arrogante – Pessoas com alto nível de energia e carisma tendem a ser referenciadas como líderes, porém quando estes são comportamentos extremistas, levando, por exemplo, a não aceitação da opinião dos demais, pode vir a se tornar um problema, sendo percebido como uma forma de arrogância.
  • Perfeccionista – Atingir os resultados através de um trabalho bem feito, com certeza é um excelente referencial. Porém, quando o alto padrão remete ao perfeccionismo, pode representar atrasos nas entregas, não sendo bem-vindo na organização.
  • Melodramático – Pessoas que gostam de se destacar, estar à frente dos outros, buscando o palco somente para si, pode ser prejudicial, quando em exagero, pois se tornam impulsivos, e não possuem uma das características mais importantes de um líder, que é ser um bom ouvinte.
  • Temperamental – São aquelas pessoas que oscilam de humor com muita frequência, podendo, em instantes, mudar completamente suas atitudes. Além de gerar alto nível de insegurança no time, pois estes nunca saberão o que esperar do líder, pecam pela intensidade com que conduzem as situações.
  • Cauteloso – São pessoas que tendem a atrasar decisões, pois nunca estão satisfeitas com as informações que possuem, exigindo sempre mais. Os cautelosos normalmente não são pessoas inovadoras.
  •  Passivo resistente – São pessoas que não expressam sua insatisfação e/ou desconforto frente às pessoas, e que, normalmente, limitam suas entregas por tal motivo, fato que poderá atrapalhar o atingimento dos resultados esperados.
  • Cético – São excelentes em mapear os piores cenários para um projeto ou plano. Ponto positivo: não deixarão nenhum detalhe escapar; ponto negativo: será um eterno desconfiado.
  • Obsequioso – São pessoas que se mostram sempre disponíveis para ajudar quem quer que seja. O lado ruim é ser visto como “puxa saco”.
  •  Imaginativo – São aquelas pessoas que tem uma criatividade exagerada, fazendo com que normalmente não concluam os projetos apresentados por elas.
  • Ardiloso – Excelentes comunicadores, normalmente conseguem de forma simples seduzir as pessoas com o único propósito de atingir seus objetivos. Manipulam muitas vezes através de informações distorcidas, o que pode causar conflitos nas organizações.
  • Reservado – Pessoas racionais, porém com excesso, podem se tornar frias e sem tato para tratar situações que envolvem pessoas.
Conseguir identificar essas tendências comportamentais auxilia o executivo no processo de autoconhecimento e no melhor conhecimento ao próximo, gerando empatia e, com isso, um líder que possa gerir pessoas e resultados de forma assertiva.


Obs.: Este artigo foi publicado originalmente no jornal Diário da Manhã (GO) em 18.08.2017. 



Renata M. Câmara Carvalho é business partner, coach, analista de comportamento, especialista em gestão de pessoas e administradora. É sócia da Elevare Soluções em Gestão. Renata.carvalho@elevaregestao.com.br
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