O filme
Todo o dinheiro do mundo retrata a história verídica ocorrida em 1973, na Itália, sobre o sequestro de John Paul Getty III (interpretado por Charlie Plummer), então com 16 anos, neto e herdeiro do bilionário magnata do petróleo Jean Paul Getty (Christopher Plummer), mostrando o desespero da mãe do rapaz Gail Harris (Michelle Willians) e sua luta para convencer o avô a pagar o resgate. Sem responder a esse apelo e visando não gastar nenhum centavo de sua fortuna, alegando que caso cedesse aos sequestradores colocaria em risco todos os demais membros da família, Getty encarrega o ex-espião Fletcher Chase (Mark Wahlberg), seu homem de confiança, para descobrir quem são os criminosos.
As imagens são exuberantes, as músicas recriam o cenário indolente dos anos 1970, menos turbulentos que os do século 21. Mesmo com toda a tragédia na família que teve o neto sequestrado para ser trocado por muito dinheiro (US$ 3 milhões), não surge nenhum pensamento sobre a transitoriedade da vida. Há medos, ódios, ambição, arrogância, mas nada se ouve sobre o significado da vida, como se o viver do ser humano fosse para coisa nenhuma a não ser correr atrás de dinheiro e propriedades, inteiramente alheio ao funcionamento das leis da Criação que regem a finalidade da vida.
O velho magnata se comprazia em acumular mais e mais dinheiro, vivia para isso, entregando a sua vida a esse grande ídolo, sem saber exatamente para que. Às vezes imaginava que ele era a reencarnação de Adriano, o imperador romano. O filme mostra a gritante aspereza da vida que só tem se agravado. Os mafiosos sem piedade. Todos buscando dinheiro. O tempo segue imperturbável, e como acontece aos seres humanos, também para Getty chega o dia final.