As próximas guerras não mais serão apenas entre nações, mas entre civilizações, tendo como pano de fundo as religiões fundamentalistas, afirmou Heni Ozi Cuckier mestre em International Peace and Conflict Resolution pela American University, em Washington DC, e Secretário-adjunto de Segurança Urbana de São Paulo, durante a tradicional reunião semanal do Rotary Club de São Paulo, 36ª Reunião Ordinária, realizada em 11 de abril de 2018.
Cuckier explicou que os pilares do fundamentalismo religioso estão baseados em algumas crenças, como por exemplo, a forte valorização das conquistas do passado, a pregação do fim dos tempos, a espera do apocalipse e do dia do julgamento final. Também fazem parte dessa estratégia para controlar os seguidores, a defesa de uma verdade absoluta comandada por Deus e a intepretação literal das escrituras.
Ao falar sobre o terrorismo utilizado pelos fundamentalistas, o palestrante disse que se trata de uma tática para criar pânico e medo e, assim, controlar a população em nome de um poder absoluto. “O terrorismo é uma ferramenta política, sendo sua principal característica a violência”, explicou o especialista.
Heni Cuckier citou o famoso autor Samuel Huntington, autor do livro “O choque das civilizações”, oportunidade em que destacou as premissas básicas do autor para o futuro da humanidade: fim dos conflitos econômicos ou ideológicos, identidades culturais e religiosas como causa dos conflitos e o questionamento do papel do Estado-nação.
As civilizações vão entrar em choque na avaliação de Cuckier e de Huntington devido às diferenças básicas entre elas, a manutenção da identidade local apesar da globalização, o duplo papel do ocidente e o regionalismo econômico. “As características das religiões e das culturas bem como suas diferenças são irreconciliáveis. Uma pessoa pode ter duas nacionalidades, mas não consegue ter duas religiões”, alertou Heni Ozi Cuckier.
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Colaborador do Boletim Servir compº Roberto Souza (Boletim Servir 4168)
