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Uma geração forte

Benedicto Ismael C. Dutra
18/09/2018



 O Brasil enfrenta crise múltipla: falta confiança na elite política, crise econômica e falta de consenso sobre o que é melhor, pois há polarização de interesses. O país está muito aquém da posição em que deveria estar face aos recursos de que dispõe, mas tem sido mal gerido, por políticos mal intencionados que não se esforçam pelo bem do país. Há muitas incertezas. Esperemos que o Brasil possa reencontrar o caminho do progresso com seriedade.

No ano de 1889 tinha início a República, num país rico em recursos ofertados pela natureza, mas pobre face aos maus governos que teve. Passaram-se 129 anos. Neste ano de 2018 ocorre eleição para presidente. Há miséria, destruição e precarização para onde quer que se olhe. Qual candidato será o escolhido? Qual deles tem a vontade e as qualidades necessárias para reverter a situação, tornando o Brasil um país humano e próspero que possibilite a evolução condigna?
 
Em 1889 ocorreu a vingança contra a Princesa Isabel. A república criada não integrou a população escrava que havia sido liberada das fazendas. Hoje ainda não temos saneamento elementar para grande parte dos habitantes. Rios e riachos vão empurrando esgoto para as praias próximas. Quanto descuido e irresponsabilidade da humanidade com relação à preservação da qualidade das águas. Isso provocará muitas confusões no planeta. Quando, afinal, os munícipes terão 100% da sua água e esgoto tratados?
 
Em meio à forte turbulência, há também inúmeras narrativas sobre a atual situação do Brasil e não se sabe mais em quem acreditar. A realidade é brutal, em permanente crise, havendo pequenos intervalos com alguma melhora. Temos um país pobre, embora rico em recursos naturais. Dívida elevada que se formou com desmandos, juros e perdas cambiais. Baixa educação. Menos oportunidades de empregos. O dinheiro foi mal administrado com enormes desperdícios e desvios. Riscos enormes de continuar como estamos, decaindo; ou estabelecer um perigoso governo forte, ou um governo esquerdizante? O que será? 
 
Falta o principal: estadistas sinceros, leais, sábios que busquem o melhor para o fortalecimento da nação, da população e da qualidade de vida. Os falsos estadistas continuam se digladiando para ver quem manda mais, quem fica com o pedaço mais suculento e, com isso, o futuro vai ficando ameaçado. As novas gerações, com pouco preparo para a sua responsabilidade, estão perdendo a esperança. Mas afinal como foi que o Brasil e o mundo chegaram a esse momento caótico na economia que a tudo constrange? Haja Luz e Paz para que possamos progredir de fato.
 
O capital humano é desprezado no Brasil e, nos países desenvolvidos, um pouco menos. Precisamos de produção, trabalho, preparo das novas gerações, consumo adequado. Na China foi usado ópio para obter riqueza e promover a fragilização; no Brasil a alienação da vida real e as drogas chegaram logo bloqueando o surgimento de propósitos enobrecedores para uma construção sadia. 
 
Como conscientizar os jovens de que o estudo é para eles mesmos, para se aprimorarem e buscarem melhores condições de vida? Com famílias desestruturadas e sem terem frequentado creches com cuidadores aptos a dar bom preparo para a vida, ficam facilmente influenciáveis para regredir como seres humanos. Teriam de dedicar alguns minutos diários para a leitura, pois é por meio dela que surge espaço para as reflexões próprias.
 
Precisamos de uma geração forte, bem preparada para a vida, que desde cedo reconheça a necessidade de equilíbrio em tudo, disposta a empregar o melhor de si para alcançar um futuro melhor e humano. Os jovens precisam aprender a refletir e a liberar a ampla visão intuitiva e ter a consciência de que é preciso aprender sempre, pois a vida real requer o aprendizado do espiritual e do material.
 
Sem equilíbrio na conduta chega-se ao ponto de saturação. Para receber é preciso retribuir. O cérebro não poderia agir desvinculado da ancestralidade e do saber inato de como funcionam as leis da vida. Mas tanto forçou que passou a agir por si como máquina que não tem compromissos com a vida e vai levando tudo na ignorância do perdido saber que retira do homem o seu aspecto humano, tornando-o imediatista e inconsequente por não enxergar o amanhã da existência. O país declina e todos sofrem as consequências dos desatinos.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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