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Procurar e achar o caminho

Benedicto Ismael C. Dutra
27/08/2019



 No recrudescimento das crises ideológicas e religiosas, e em meio à complicada situação financeira mundial, com tendência de redução da atividade econômica e avanço da guerra comercial, rompem-se acordos de não-proliferação de mísseis nucleares. Dois aspectos a serem examinados nesta fase em que o planeta abusado mostra a reação da natureza: o descontentamento com medidas que se opõem à ilimitada abertura das fronteiras para o comércio global e a queda da atividade econômica, por vezes reerguida no passado com conflitos bélicos. O que se passa na cabeça da população e dos mentores das grandes decisões que afetam a humanidade? Qual o alvo?

O mais lamentável na espécie humana é a sua displicência e comodismo. A questão da água é seríssima, assim como o tratamento do lixo e dos dejetos humanos. O ciclo da água é perfeito. Nascentes, rios, solo, florestas, sol, chuvas, tudo interligado, até que o homem passou a interferir arbitrariamente sem observar como a natureza funciona. O resultado está aí na nossa frente: rios mortos e mares poluídos. Nas últimas cinco décadas, a poluição dos mananciais reduziu as reservas hídricas mundiais em um terço. 
 
Neste mundo, que se afastou do humanismo e das leis da Criação, todos os seres humanos têm de prosseguir, ir além, perceber o dom da vida. O problema está na falta de reconhecimento de que, como seres humanos, a educação e o cuidado com os filhos têm de estar em nível superior ao do instinto dos animais para formar uma geração forte que anseia pela evolução espiritual.
 
Há uma fábula que narra a saga de uma civilização formada por espíritos cujo anseio de se tornarem fortes e conscientes foi atendido pelo Mestre Universal. Receberam uma região com todo o necessário ao progresso pacífico, mas não respeitaram as leis da natureza, nem seguiram a vocação natural do espírito de beneficiar e embelezar a região recebida em paz, e buscar o caminho de volta à sua origem. Assim, com a força de seu raciocínio acorrentado ao materialismo, se apegaram às coisas materiais simbolizadas no bezerro de ouro.                                                
 
Com seu baixo propósito, foram semeando o caos, a desordem e a violência. Ao ver isso, o Mestre os deserdou, os advertiu e os encaminhou para uma região distante, sem acesso, onde permaneceriam juntos, todos os de má índole, até que reconhecessem sua baixeza para poderem se elevar. Teriam de procurar a Luz da Verdade para reencontrar o caminho perdido. O Mestre, então, cedeu aquela região a outros espíritos, mas eis que uma parte desses também foi decaindo e o fizeram de forma tão ignóbil que acabaram abrindo uma passagem para a região dos deserdados, que vendo essa oportunidade, correram em massa ao local que habitaram outrora. 
 
Não tardou para se instalar o caos geral, desta feita mais violentamente ainda, causando danos até aos de boa vontade e de nobres propósitos. O Mestre, então, percebeu que tinha de organizar uma campanha de limpeza do ambiente para extirpar definitivamente os de má índole, pois não mereciam mais o presente ofertado. Assim é a lei da vida: os perturbadores têm de ser separados daqueles que querem evoluir em paz e com vontade direcionada para o bem geral. 

No Brasil, a situação já estava difícil, mas com a sucessão do PSDB pelo PT ficou ainda pior. Hoje penamos a miséria aumentada com máquinas paradas, desemprego e uma dívida absurdamente elevada. Sempre houve obstáculos para a produção de manufaturas, mas mesmo assim, conseguíamos exportar vários itens. Nesse ínterim, o parque industrial, que engatinhava, perdeu o vigor.
 
Precisamos de mudanças que permitam aumentar a produção, os empregos e sua qualidade para intensificar a atividade econômica do Brasil. O capital humano é de suma importância, mas cada indivíduo tem de se compenetrar de sua responsabilidade e receber bom preparo para vida, tornando-se eterno aprendiz.
 
Há uma suposição de que as redes sociais provocaram reações, mas a causa é outra. Os brasileiros estão tomando consciência de que o país vem sendo conduzido para o abismo na educação, nas finanças, na desindustrialização e falta de empregos. Apesar dos recursos naturais disponíveis, a precarização geral avança. É um “basta” o reflexo do anseio pelo retorno à seriedade e melhora geral.
 
 
 



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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