Não devemos ficar deprimidos ou mal humorados por causa das atuais dificuldades que ninguém consegue deixar de observar. Mas também não podemos tapar os olhos e nos enganarmos, supondo que tudo está funcionando às mil maravilhas, pois os problemas existem e a época exige permanente vigilância a cada passo. É importante estar alerta e, mais do que isso, buscar através da própria intuição uma compreensão bem ampla sobre o que nos rodeia nesta época de turbulências na qual tudo está tendendo para os limites críticos.

O verdadeiro dínamo do ser humano está na sua intuição, naquela voz íntima que tem sido ignorada e encoberta pelo sentimento gerado apenas por pensamentos. A intuição encontra-se fora do tempo e do espaço. São impressões que o eu interior consegue captar. Sem isso, uma parte de nós fica inativa. Segundo Sharan Franquemont, a intuição é, em certo sentido, como uma visão ou um perfume, uma percepção que traz informações. Ela vem como uma voz suave, um ato instintivo, um flash de criatividade ou um momento em que nos sentimos unos com o mundo. De repente, sabemos alguma coisa sem utilizar os processos analíticos – o conhecimento está simplesmente ali, e sabemos.

E é exatamente na segurança do trabalho que mais devemos fazer uso da intuição. Por exemplo, a checagem dos ítens de segurança não pode ser feita apenas mecanicamente, pois o raciocínio pode deixar de perceber pequenas sutilezas indicativas de alguma anomalia. A intuição, de outro lado, é mais precisa e não deixa escapar nada, induzindo a um exame mais criterioso.

Acidentes nas rodovias ou com aviões e tantas outras ocorrências desastrosas, seja no ambiente de trabalho ou não, muitas vezes poderiam ser evitados através de um simples lampejo intuitivo, que o nosso modo superficial de agir nos incapacita de observar. As advertências mais sutis nos chegam por esse canal e devemos aprender a não ignorá-lo, pois ele é o mais poderoso auxiliar de que dispomos para o nosso bem.