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A ESCOLA PÚBLICA NO BRASIL


12/03/2013



Tem sido comum referir-se que a escola pública é uma instituição em crise, até mesmo fadada ao desaparecimento. Nenhuma outra instituição recebeu tantos adjetivos quanto a escola pública. Nos anos 70 foi denominada de tecnicista, nos anos 80, foi considerada elitista, excludente, burocrática, reprodutora. Nos anos 90, por conta das teses neoliberais, foi considerada incompetente, e seus profissionais improdutivos.

As críticas que se fazem a escola pública atual não podem, em hipótese alguma, se transformar na condenação dos professores como se pretendeu no passado recente, como culpados pela crise da escola pública. Os ideais da escola burguesa nasceram no século XV, na época do Renascimento na Europa. Neste momento, a escola adquire um papel de fundamental importância no processo de construção do mundo burguês. Nesta época ela era uma instituição revolucionária na medida em que se contrapunha à estrutura educacional do feudalismo. Diferentes autores darão ênfase à nova forma de educar o homem, totalmente diferentes do modelo anterior.

Vários fatores podem ser apontados e que se somam a este quadro de tensão vivida pela escola pública brasileira. Uma ação deliberada das elites que sucateiam os serviços sociais. Uma política instável de formação inicial de professores incompatível com a complexidade e as necessidades das escolas públicas. Uma cultura escolar que privilegiou a criança branca, de classe média, do meio urbano e católica, tratando, portanto, como “estranhos” a grande maioria dos alunos que frequentam as nossas escolas e que não correspondem a essa representação. Achatamento salarial dos profissionais da educação. A violência nas escolas e agressão aos professores são apenas sintomas do agravamento desta crise.

Nossa época vem se transformando aceleradamente numa mercadoria e a escola passa a se constituir num dos promissores negócios de nosso tempo. Face a este cenário, não deixa de ser um momento oportuno de retomarmos as bandeiras de defesa de uma educação pública, gratuita, laica, obrigatória, de qualidade e universal. Em lugar de uma escola onde “professores fingem que ensinam” para “alunos que fingem que aprendem”, centrada na forma e não no conteúdo, é preciso propiciar a todos os homens o acesso aos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade, bem como uma educação crítica, voltada ao atendimento de toda a sociedade e centrada nos conteúdos.

Fonte: Blog do Prof. João Carlos


Acrescentaríamos que de fato a escola deveria preparar o ser humano para a vida e o trabalho, dando-lhe conteúdo, desenvolvendo seus talentos e a responsabilidade pelos seus atos. A escola deve conduzir as novas gerações para uma visão real da vida e seu sentido, tendo como meta o aprimoramento e a melhora de condições na Terra.

Se não houver  a preocupação com a construção da vida civilizada, não poderá haver governo. Para bem governar os governantes necessitam promover a formação de cidadãos ativos e conscientes, que indaguem sobre as grandes questões da vida. Uma sociedade que deixa de se indagar sobre as grandes questões da vida, fatalmente entrará em processo de estagnação e retrocesso.



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