Em nossa última reunião almoço tivemos como palestrante convidado o Sr. Roberto Vertamatti, Presidente da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. A seguir, teremos um resumo de sua interessante e competente palestra.
Inicialmente, o palestrante após cumprimentar a todos nos falou que conversando com o Presidente do RCSP Antonio Wadih Haddad, disse a ele que a gente nunca pode perder a esperança, mas a economia brasileira é parte de um contexto e no momento atual esse contexto é difícil. Continuando, disse aos presentes que até 2007, o ex Presidente Lula teve uma sorte tremenda, com “céu de brigadeiro” e também porque manteve na equipe pessoas com grande gabarito, inclusive no Banco Central e em termos econômicos conseguiu caminhar bem.
Mas, em 2008 com a crise mundial, embora sem sofrermos grandes efeitos, temos tido ultimamente “pibinhos” de crescimento, pouco para o Brasil. Nos últimos 20 anos, apesar do Plano Real, ainda continuamos subdesenvolvidos. Falou sobre o cenário mundial – EUA, China e Europa e do Brasil nesse contexto, pois muito nos beneficiamos com a exportação de commodities nos últimos 10 anos, principalmente para a China. Disse que o cenário mudou um pouco e hoje a partir da crise, existe uma maior aversão ao risco. Até 3 ou 4 anos atrás, nossa Bolsa de Valores estava “bombando” porque vinham muitos investimentos de fora.
Hoje a filosofia do Governo da Presidente Dilma de baixar as taxas de juros, nada incorreto disse, e em função de algumas medidas que o governo tem tomado, tem afugentado muitos investidores em se tratando de Bolsa de Valores. Continuando disse que a perspectiva de crescimento mundial mudou de 5, 5,5% para 3, 3,5% com a crise. A Europa em função do Euro é a que mais sofre, sendo seu crescimento negativo neste ano. A equação Europa é difícil, mas temos esperança a partir de 2014. A seguir o palestrante falou da preocupação com um efeito novo excepcional como o ocorrido nos EUA (atentado terrorista em Boston) e com a nova postura da autoridade monetária européia no caso de Chipre e possibilidades de atuação semelhantes com relação a Portugal, Espanha, Itália, caso surja uma crise.
Quanto a China, disse que com as eleições recentes (cada 10 anos), está se voltando mais internamente, com um crescimento de 7,7%, bem abaixo de sua média de 10%. Isso reflete-se muito na situação brasileira, grande exportador de commodities cujos preços internacionais estão em queda. Quanto ao PIB, falou do PIB Global, da China, dos EUA, da Europa e do Brasil, que no ano de 2012 fechou com 2 trilhões e 200 milhões, com uma renda per capta de 11 mil dólares, sendo considerado um país pequeno no contexto econômico, apesar de ser a 7ª. ou a 6ª. Economia global, empatando com a Inglaterra que tem uma renda per capta de 35 mil dólares. Disse que a economia nos EUA se estabilizou e que seu crescimento neste ano deve ser de 2, 2,3%. Disse que os EUA, sempre muito dependentes do petróleo, iniciaram a exploração do xisto betuminoso, muito mais barata e em 2020 deverão ser auto-suficientes em gás e óleo.
Com isso fica uma interrogação quanto à exploração de petróleo em países produtores, já que os custos do barril devem baixar e no Brasil, da viabilidade do Pré Sal. Falando sobre o Brasil, disse que com base em números frios, o cenário é preocupante, mas que podemos melhorar. A estrutura do país é que precisa ser mudada. Temos grandes deficiências que precisam ser corrigidas, caso contrário não conseguiremos o crescimento que precisamos da ordem de 5% para quem sabe em 15 anos sermos um país com renda per capta de 30 mil dólares. Disse que hoje temos inflação alta e que as medidas tomadas pelo Governo não têm conseguido dar respostas às expectativas de melhora da Economia brasileira, com medidas imediatistas, sem visão de longo prazo. Hoje disse faltarem regras claras para o investidor, como no caso das PPPs para as ferrovias, rodovias, portos e aeroportos, pois ninguém se habilita para tal. Disse faltarem nomes capazes, de peso, com projeção nos Ministérios.
Sobre a carga tributária, disse que é alta a cobrança de impostos e o seu retorno com eficiência é baixo, com trâmites burocráticos que afugentam investimentos. Também a corrupção é alta. Disse mais, que para resolvermos tudo isso, o mais importante é investirmos em Educação. Não querendo ser pessimista, disse o palestrante que falando dos nossos problemas, aprendendo com os erros, poderemos de forma positiva nos desenvolver e chegar onde queremos. Também tirar da linha de pobreza extrema 40 milhões de brasileiros que lá estão – homens e mulheres, inicialmente com assistência e a seguir com Educação para que cresçam e construam e se sintam cidadãos desse nosso Brasil, finalizou sob aplausos. Em continuidade, respondeu a várias perguntas dos presentes que podem ser encontradas no áudio da palestra do site do Boletim Servir www.rotarysp.org.br (podcast).
Fonte:
Boletim Servir