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POR QUE PERGUNTAR?

José Guilherme Said
10/03/2009



Sabemos quando um homem é inteligente por suas respostas. Sabemos quando um homem é sábio por suas perguntas.

E por que perguntar? Eis a questão.
 
Tenho refletido ultimamente que meus melhores professores e líderes foram aqueles que nunca ofereciam rapidamente respostas às minhas indagações. Parece estranho, mas no final das contas, quase sempre eu chegava a uma boa solução e o processo era “apenas” facilitado pelo meu líder-questionador. Consciente ou inconscientemente, eles estavam utilizando uma das melhores técnicas para estimular o meu crescimento pessoal e profissional. 
 
Consultores, psicólogos, professores e líderes empresariais têm, cada vez mais, ressaltado o valor de uma cultura que incentive as habilidades de questionamento para a busca de soluções e o desenvolvimento das competências. Como esclarece Andrew Finlayson, autor do livro Perguntas que Resolvem, “os novos tempos exigem agilidade no questionamento e a qualidade das perguntas determinam o sucesso da empresa e do indivíduo”.
 
E para que perguntar?
 
De acordo com o psiquiatra e cientista Augusto Cury, a técnica de promover perguntas em ambientes de aprendizagem é uma das mais eficazes maneiras de desenvolver a mente humana. A pergunta aciona mecanismos de memória que desenvolvem a criatividade e a busca por respostas inovadoras. Isso vale para empresas, escolas, faculdades, enfim, para qualquer tipo de organização, bem como para grupos de qualquer idade.
 
E a minha empresa é um ambiente de aprendizagem?
 
Você já deve ter ouvido falar que a inovação é a base para o sucesso empresarial de hoje. E só temos inovação através de uma cultura aberta voltada para o questionamento e a aprendizagem. É por meio desse questionamento ativo que podemos influenciar o pensamento e a atitude voltada para a inovação, estimulando o comportamento empreendedor e a criação de novos conhecimentos, recriando, assim, a organização em todos os seus aspectos. Temos então novos processos, produtos e serviços que melhor atendem o nosso cliente.
 
E eu, como líder, tenho responsabilidade com essa cultura de questionamento?
 
Peter Drucker, o eterno Pai da Administração, disse que o líder do passado é aquele que sabe o que dizer e o líder do futuro será aquele que sabe fazer perguntas.
 
O papel do líder é desenvolver e estimular continuamente uma cultura onde as próprias pessoas cheguem às respostas fundamentais do negócio. Ao refletirem e buscarem as soluções para as necessidades do dia-a-dia, eles assumem com mais força as suas responsabilidades. A motivação também aumenta – pois são desafiados – e a melhoria da comunicação avança em grande escala.    
 
A minha vontade, caro leitor, seria lançar um manifesto a favor da pergunta. Vejo na prática que as empresas e líderes que estimulam uma cultura do questionamento em seu ambiente levam grande vantagem em relação às organizações onde impera o autoritarismo – muitas vezes disfarçado – e a ausência de abertura das pessoas em relação ao aprendizado e às novas idéias.
 
E perguntas demais não atrasam a tomada de decisão em minha empresa?
 
O escritor americano S. Tobin Webster disse certa vez que para encontrar a resposta exata, é preciso antes fazer a pergunta exata. Isso não dá o que pensar?
 
Não há dúvida de que a elaboração de perguntas exige tempo e reflexão. Mas, o que vemos na prática é que as perguntas certas dão foco e poupam tempo. O questionamento positivo focado na solução age como um filtro no turbilhão de informações o qual estamos sujeitos com a tecnologia e as comunicações instantâneas.
 
Dessa maneira, conseguiremos tomar decisões corretas respaldadas em informações mais precisas e realistas. É como querer desenvolver um novo modelo de negócio ou criar um novo serviço para o seu cliente. Qual a melhor forma de fazer isso? Planejando. E qual a base de um planejamento bem feito? Perguntas, perguntas e mais perguntas. É melhor reservar um tempo agora, pensando e planejando através dos questionamentos corretos, do que arcar com estresses desnecessários, prejuízos e desperdícios no futuro.
 
Então fica a pergunta para você:
 
E como está o nível de questionamento na sua empresa?
 
_________________________
 
BIBLIOGRAFIA
 
FINLAYSON, Andrew. Perguntas que resolvem. Tradução: Ana Beatriz Rodrigues. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
CURY, Augusto. Pais brilhantes, Professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.



José Guilherme é Administrador de Empresas pela UFC, pós-graduado em Gestão Empreendedora, consultor associado da Gomes de Matos Consultores Associados, professor e Coordenador do Portal SóCultura! (http://www.socultura.com)
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