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TRANSFORMANDO ESTRATÉGIA EM EXECUÇÃO

José Guilherme Said
10/03/2009



Já são bastante conhecidas pela sociedade as pesquisas do SEBRAE que demonstram que 50% das pequenas empresas iniciadas no Brasil quebram nos dois primeiros anos de vida, e 70% fecham as portas em até cinco anos. Temos muitas causas para esse fato, como o desconhecimento do mercado por parte dos empresários, falta de capital de giro, carga tributária, concorrência acirrada dentre outros motivos. No entanto, muitas empresas também sobrevivem e nas últimas décadas, no Brasil, organizações empresariais cresceram, tornaram-se grandes, e deram muitos frutos, conquistando mercados, fidelizando clientes e tornando seus produtos e serviços diferenciados e inovadores.
 
O planejamento estratégico é uma das grandes bases das empresas que sobrevivem e alcançam o sucesso em qualquer lugar do mundo. Na gestão moderna é preciso necessariamente que os líderes estejam sempre pensando estrategicamente, definindo seus planos de negócios, suas estratégias para todas as áreas da empresa e para a organização como um todo. As perguntas básicas devem ser: onde queremos estar no futuro e como trabalharemos para chegar lá? Qual a nossa proposição de valor para o cliente? Quais os possíveis cenários para os próximos meses, para os próximos anos? Quem são os nossos concorrentes? Quais as pessoas que nós precisamos? Como devemos executar a estratégia?
 
Dessa maneira, o objetivo básico da estratégia é ganhar a preferência dos clientes e criar uma vantagem competitiva sustentável, gerando lucro suficiente para os acionistas e para o desenvolvimento contínuo da organização. Define uma direção para o negócio e o posiciona para seguir nessa direção (Bossidy e Charan, 2004). É nesse momento que a empresa busca compreender realmente o seu negócio, e definir como ela oferecerá com lucratividade valor superior sustentável aos seus clientes. 
 
A pesquisa com as pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil, realizada pela Deloitte e a Revista Exame, também indica a importância do planejamento para o crescimento e sucesso empresarial. A maioria das empresas que participou da pesquisa possui um plano formal de negócios – 60% delas – porém esse índice sobe para 71% quando consideramos as organizações que registraram uma expansão de mais de 100% nos últimos anos (2003-2005), dentro do grupo das 100 empresas que mais cresceram no país.
 
No entanto, o processo não deverá parar por ai. Além de definir uma direção para a organização, precisamos ter em mente a prática da disciplina da execução, com a realização do planejamento enfocando os “comos” da execução da estratégia, ou seja, focando a execução dos planos propostos, acompanhando de perto as ações dos grupos de trabalho e os resultados que surgem. O alinhamento da estratégia com todas as pessoas que colaboram com a organização é fundamental para a realização de uma execução bem feita. 
 
A cultura de execução é a base dos modernos modelos de gestão empresarial. Ela tem a finalidade de interligar os três processos-chave de uma organização, que são o processo da estratégia, de pessoas e operações. A essência do funcionamento de um negócio é a forma como são interligados os três processos e os líderes precisam dominar completamente os processos individuais e a maneira como eles funcionam como um todo.
 
Como enfatizam Bossidy e Charan no livro Execução, os líderes das empresas de sucesso precisam colocar em prática a disciplina da execução, o que significa estar envolvidos intimamente nos três processos-chave e, consequentemente, ter o conhecimento aprofundado do negócio da empresa. De acordo com o professor de gestão da London Business School, Patrick Barwise, “não existem empresas de fato bem-sucedidas que não sejam muito boas na execução, e nós acreditamos que esse aspecto quase sempre é mais determinante do que a estratégia (Barwise, 2006)”. 
 
A execução é um processo sistemático de discussão exaustiva de como colocar em prática as estratégias da organização, questionando e levando adiante o que foi decidido e assegurando que as pessoas terão sua responsabilidade específica pela execução. Isso inclui elaborar hipóteses sobre o ambiente de negócios, avaliar as habilidades da empresa, ligar estratégia a operações e às pessoas que irão implementá-la, sincronizando essas pessoas e suas várias disciplinas e atrelando incentivos à resultados. É uma forma de expor a realidade e agir sobre ela (Bossidy & Charan, 2004). Dessa maneira, os líderes que praticam a cultura da execução conseguem colocar em prática – executar – todos os planos propostos para a empresa, fazendo com que a estratégia da organização possa ser cumprida, gerando, consequentemente, os resultados esperados.
 
E na sua empresa? As pessoas estão transformando estratégia em execução? Os líderes estão literalmente colocando a “mão na massa”? O que está faltando?



José Guilherme é Administrador de Empresas pela UFC, pós-graduado em Gestão Empreendedora, consultor associado da Gomes de Matos Consultores Associados, professor e Coordenador do Portal SóCultura! (http://www.socultura.com)
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