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LIVROS, AMIGOS FIÉIS

Benedicto Ismael C. Dutra
10/03/2009



É lamentável constatar que, atualmente, muitas bibliotecas mais parecem cemitérios de livros que lá estão esquecidos e empoeirados, e que permanecem aguardando por quem os procure como é típico das almas que perdoam. Resta-nos observar que tais livros não são almas que choram a sua destruição, como ocorreu no clássico filme Fahrenheit 451, dirigido por François Truffaut. Naquela bela e ao mesmo tempo assustadora obra de ficção os livros eram caçados como bruxas e queimados a uma temperatura de 451 graus fahrenheit, para que fossem transformados em cinzas rapidamente, destruindo as idéias neles contidas e, portanto, deixando de lapidar o pensamento e a mente dos leitores.  Na estória há um refúgio de proteção onde as pessoas se tornam arquivos de livros.
 
Hoje não queimamos nossos livros, mas grande parte deles permanece esquecida. São, sem dúvida, como amigos que esperam, pacientemente, por atenção. É um pena que os seres humanos perderam o hábito da leitura e de buscar o conhecimento por si mesmos. Os livros são resultantes da dedicação dos escritores e pensadores que se deram ao trabalho de gravar, em papel e tinta, as informações sobre a trajetória humana no planeta Terra, seja através de obras que registram a realidade, seja através do uso da criatividade para criar obras de ficção. Quem não sabe ler com discernimento, mais facilmente se torna presa das manipulações daqueles que querem dominar.
 
Não por acaso o escritor Carlos Ruiz Zafón, em seu livro A sombra do vento fala de um cemitério de livros, onde cada exemplar possui várias almas: a de quem o escreveu e a dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, e que cada pessoa passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e o leitor se fortalece.
 
As gerações que estão separadas dos livros sugerem um futuro sombrio e assustador com predominância da vida mecânica em oposição à sensibilidade. Os seres humanos não podem cair no embrutecimento, pois  possuem uma jóia em seu íntimo que deve ser lapidada. Os livros constituem poderosa ajuda para que os corpos recebidos, evoluídos ao máximo como descobriu Darwin, de fato se transformem em verdadeiros seres merecedores do maravilhoso mundo oferecido pela milagrosa natureza para alegria e progresso da espécie.
 
É de imperiosa necessidade o resgate da leitura. Um povo não afeito aos livros é um povo inculto que tende ao embrutecimento. Todo o atuar da natureza nos mostra um movimento evolucionista enobrecedor e cabe ao ser humano não interromper esse ciclo buscando o contínuo aprimoramento. Nesse sentido os livros são os grandes amigos que  podem auxiliar se forem lembrados e lidos.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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