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LÍDERES CONCILIADORES

Benedicto Ismael C. Dutra
26/03/2014



É chegado o momento dos solucionadores de confrontos.

Eles serão os mestres da estratégia.  Num passado não muito distante, quando se falava em estratégia, pensava-se em como atingir os objetivos em ações militares, utilizando os recursos disponíveis da forma mais eficiente, no tempo e no espaço, surpreendendo os adversários para obter vantagens adicionais. Atualmente, o conceito tem sido empregado de forma ampla no mundo corporativo através da elaboração de planos e ações, com os quais as pessoas mais hábeis fazem com que os seus objetivos e decisões sejam acatados pelos outros.

Percorrendo os canais da história, verificamos que desde Sun Tzu – general, filósofo e estrategista chinês, autor do livro A Arte da Guerra, obra que o tornou conhecido no mundo todo – surgiram teorias de estratégias para vencer e derrotar os oponentes, levando em consideração o modo de viver das pessoas e a natureza do comportamento humano. Essas teorias têm apresentado resultados na medida em que os alvos se situam próximos da esfera de poder e domínio econômico ou político, sem preocupação maior com o futuro, pois nessa estratégia qualquer meio é válido.

No entanto, ainda está para surgir um planejamento estratégico de longo alcance que tenha como objetivo principal a melhora da qualidade de vida, no presente e no futuro, aspecto até agora não considerado seriamente.  Para que isso se torne realidade, a grande batalha a ser vencida está na guerra contra os fundamentos negativos que nos fazem agir de forma egoística sem permitir a participação do coração, pois o que sai do coração é a pura intuição. A estratégia deve ser empregada para a vitória na grande batalha do ser ou não ser humano, pois se trata da luta básica entre a vida e a morte do eu interior.

O cenário mundial se apresenta em acelerada mudança e, com a velocidade em que os acontecimentos se sucedem, estamos perdendo a capacidade de lidar com eles, pois são muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. O exercício do poder não pode mais continuar divorciado do significado da vida. Os temas fundamentais não podem continuar sendo postos de lado. Não devemos tapar os olhos para os cenários críticos que se avizinham, com suas oportunidades e riscos, com suas alternativas e ameaças, administrando com eficiência as crises exteriores e as que se passam no íntimo de cada pessoa.

Temos de estar cientes de que em todas as camadas, as pessoas são responsáveis pelas ações e estratégias que nos conduzem ao futuro. Elas não podem continuar na inconsciência. Por isso é importante avaliar que espécie de futuro queremos para o país, para nós, para nossos filhos, para nossas empresas. O líder estrategista precisa de sabedoria e sensatez para colocar o poder a serviço do grande propósito humano, o que o capacita a ser flexível na busca dos caminhos transitáveis, pois o que importa é a perseverança e a coragem para alcançar a meta.

Para nos tornarmos bons estrategistas, temos de alcançar melhor percepção do significado da vida e do nosso papel como seres humanos. Necessitamos de líderes comprometidos com o aprimoramento da humanidade. A população está aumentando rapidamente e se concentrando nas grandes cidades enquanto que os recursos naturais disponíveis estão chegando ao seu limite. Onde colocar todo o lixo produzido? Como oferecer trabalho remunerado para toda essa gente? Como será a economia e as finanças com o elevado preço dos combustíveis?

Como será a vida sob o impacto da escassez de água e alimentos com seus preços em alta? Enfim, em meio a tantas pressões, temos que elevar o nível de consideração para que o relacionamento humano, no trabalho, na cidade, na família não resvale para uma agressiva luta pela sobrevivência, mas que haja uma atitude conciliatória.

O mundo está evoluindo rapidamente para situações de conflito. Para o estrategista Ketan J. Patel, fundador e diretor do Grupo Estratégico da Goldman Sach, chegou o momento dos solucionadores de confrontos atuarem decisivamente. Eles serão os mestres da estratégia. Sua função consistirá em intervir para alterar o padrão do conflito, criar uma nova compreensão e consciência, construir novas instituições para inculcar essa consciência nos outros e proporcionar-lhes a oportunidade para alcançar o desenvolvimento humano.

A verdadeira estratégia deve ser empregada na busca da Luz da Verdade, sobre a vida e sobre a Criação, para o beneficiamento geral da vida, forjando um futuro de paz, prosperidade, liberdade, responsabilidade e sustentabilidade, através do equilíbrio entre a intuição e o raciocínio lúcido, para alcançarmos o sucesso como cidadãos do cosmos.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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